O XPCA11 tem atraído a atenção dos investidores recentemente, especialmente devido à volatilidade em sua liquidez diária e ao cenário de juros altos. Com uma liquidez diária próxima a R$ 800 mil – abaixo do ideal de R$ 1 milhão –, o fundo enfrenta um ambiente desafiador, podendo experimentar oscilações acentuadas no valor da cota em períodos de venda intensa.
Liquidez e volatilidade: o que o investidor precisa saber
Atualmente negociado em torno de R$ 7,37, o fundo recuperou parte significativa das perdas, após atingir a mínima recente de R$ 5,71. Esse aumento de mais de 8% no último mês demonstra uma recuperação positiva, porém não elimina a cautela necessária frente à volatilidade associada à baixa liquidez.
Composição do portfólio e novas aquisições
O XPCA11 mantém uma posição em caixa de aproximadamente 8,7%, além de investir em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Recentemente, adquiriu uma nova operação com taxa CDI + 2,5%, envolvendo a Cooperativa Integrada, reforçando o portfólio com ativos que visam melhor performance diante da alta da SELIC.
Análise de devedores e performance recente
O fundo monitora de perto diversos devedores, especialmente a FSB Energia, Primato e Bevap. Todos apresentaram resultados melhores em comparação ao ano anterior:
- FSB Energia: Melhorou significativamente graças ao aumento na produção de etanol e preços mais favoráveis.
- Primato: Crescimento robusto do patrimônio líquido, atingindo R$ 250 milhões, alta de 70%.
- Bevap: Incremento expressivo no faturamento líquido, superando o ano anterior em mais de R$ 100 milhões.
Embora esses resultados sejam positivos, a atenção permanece sobre outras operações no portfólio, como Solobu, Agrogalaxy e Bioenergia, que representam pontos importantes de acompanhamento devido ao risco de inadimplência.
Resultados financeiros: caixa x competência
Nos últimos relatórios, o fundo apresentou resultados divergentes entre o regime de caixa e o contábil. Enquanto no regime caixa o resultado foi de R$ 3 milhões, o contábil registrou cerca de R$ 4,4 milhões. Isso decorre da linearização contábil dos pagamentos periódicos, como distribuições trimestrais ou anuais. O fundo mantém uma reserva modesta, em torno de 2 centavos por cota.
Expectativa de dividendos em cenário de alta SELIC
Com a taxa SELIC em níveis elevados, boa parte das operações atreladas ao CDI tende a proporcionar melhores rendimentos, sustentando potencialmente a distribuição atual de cerca de 10 centavos por cota. No entanto, o cenário futuro da SELIC é incerto e, caso ocorra uma reversão, pode haver impacto negativo na cota e nos rendimentos do fundo.
Índices de deságio e retorno potencial
Atualmente, o fundo negocia com deságio significativo (P/VP próximo a 0,8), proporcionando uma taxa de retorno de mercado bastante atrativa (aproximadamente CDI + 19% a CDI + 20%). Contudo, esse retorno elevado reflete justamente o risco associado às operações de crédito agropecuário e à inadimplência potencial dos devedores.
Riscos associados e estratégia do investidor
Investidores do XPCA11 precisam considerar riscos importantes como:
- Inadimplência em operações relevantes, impactando diretamente as distribuições.
- Baixa liquidez, dificultando vendas rápidas e potencializando oscilações bruscas no preço da cota.
- Vulnerabilidade frente a oscilações futuras da SELIC, podendo gerar tanto oportunidades quanto desafios.
É essencial manter um acompanhamento constante dos relatórios gerenciais do fundo e dos indicadores macroeconômicos, principalmente a trajetória da SELIC. Uma abordagem prudente inclui diversificação da carteira, evitando concentração excessiva em fundos de crédito mais arriscados como o XPCA11.
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