Vivo reafirma 100% dos dividendos e cresce lucro em 2024: oportunidade ou armadilha?

A maior empresa de telecomunicações do Brasil, a Vivo, apresentou seu balanço do terceiro trimestre de 2024, trazendo dados que reforçam sua posição dominante no setor. Com crescimento de receita, aumento no número de acessos e manutenção de um alto pagamento de dividendos, a companhia reafirmou seu compromisso com os acionistas. No entanto, a queda recente no preço das ações levanta questionamentos sobre o futuro da empresa.

Desempenho financeiro e crescimento operacional

Os dados divulgados pela Vivo apontam para um crescimento contínuo de suas principais frentes de receita. O número de acessos pós-pagos atingiu 66,5 milhões, um crescimento anual de 7,6%. Quando somados os acessos pré e pós-pagos, o total chega a 102 milhões, com alta de 3,3% ano a ano.

Dessa forma, a receita total da companhia cresceu 7,7%, impulsionada principalmente pelo setor móvel, que representa a maior parte do faturamento:

  • Receita de serviço móvel: R$ 9,2 bilhões (crescimento de 7%)
  • Receita fixa: Alta de 8,8%, com destaque para fibra óptica
  • Casas conectadas com fibra: Crescimento de 13% no ano

O segmento de fibra óptica é um dos grandes destaques da empresa, com um total de 7 milhões de residências conectadas e adições líquidas de 220 mil clientes apenas no quarto trimestre.

Geração de caixa e dividendos reforçados

A Vivo demonstrou uma geração de caixa operacional robusta, atingindo R$ 14 bilhões, um crescimento de 11%. O fluxo de caixa livre atingiu R$ 8,2 bilhões, representando 15% da receita total. Com essa forte capacidade de geração de caixa, a empresa destinou R$ 5,8 bilhões para dividendos, recompras de ações e juros sobre capital próprio (JCP), representando um crescimento de 22% ano a ano.

A decisão de manter 100% do lucro distribuído para 2025 e 2026 é um sinal positivo para os acionistas, garantindo um rendimento expressivo.

Investimentos e endividamento

Como é característico do setor de telecomunicações, a Vivo precisou manter altos níveis de investimento. Em 2024, foram destinados R$ 9,2 bilhões para expansão de infraestrutura, representando 16,4% da receita.

Apesar dos investimentos elevados, a empresa apresenta uma dívida líquida negativa. No entanto, considerando os arrendamentos, a dívida líquida chega a R$ 13,8 bilhões, com uma alavancagem de 0,6x, um nível considerado seguro.

Queda das ações: oportunidade ou sinal de alerta?

Mesmo com bons resultados, a Vivo viu suas ações caírem mais de 5% após a divulgação do balanço. Em cinco dias, a desvalorização acumulada foi de 8,5%. Entre os fatores que explicam essa queda estão:

  • Dívidas e obrigações futuras: Estimadas em R$ 4 a R$ 5 bilhões, representando cerca de 5% do valor de mercado da companhia.
  • Valuation elevado: A Vivo é considerada uma das empresas de telecom mais caras do mundo em termos de múltiplos.
  • Demora no pagamento de dividendos: A empresa possui prazos longos entre a data de declaração e o pagamento efetivo, o que pode frustrar investidores em busca de rendimento rápido.

Perspectivas para 2025 e 2026

A projeção do mercado para 2025 é de um lucro de R$ 6 bilhões e um Preço/Lucro (P/L) de 13x, um pouco abaixo da média histórica da empresa. Se a Vivo mantiver o payout de 100%, a expectativa é de um dividend yield de 7,6% ao ano.

Historicamente, a empresa sempre pagou bons dividendos, representando cerca de 60% a 80% do retorno total dos investidores em um horizonte de 10 a 20 anos. No entanto, o retorno total das ações da Vivo nos últimos 10 anos ficou abaixo do Ibovespa e do CDI, mostrando que o preço de entrada faz diferença para o investidor.

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