O fundo imobiliário VGIR11 vem ganhando destaque ao oferecer dividendos consistentes e superiores à rentabilidade do CDI. Em um cenário onde muitos investidores procuram alternativas à renda fixa, o fundo se apresenta como uma das opções mais rentáveis dentro do universo dos FIIs de papel. Mas será que o risco compensa o retorno? A seguir, destrinchamos o desempenho, os ativos, riscos e potencial deste fundo que vem chamando atenção no mercado.
Dividendos acima do CDI: um diferencial relevante
Em fevereiro, o VGIR11 distribuiu R$ 0,11 por cota, valor pago em março. Isso representa uma rentabilidade superior a 1% ao mês, superando com folga o CDI no mesmo período. Ao anualizar esse rendimento, o fundo apresenta um retorno de CDI + 1,97%, valor que atrai tanto investidores iniciantes quanto experientes.
Nos últimos 12 meses, a distribuição acumulada foi de R$ 1,27 por cota, colocando o VGIR11 entre os fundos com maior renda passiva proporcional ao valor de mercado. Essa performance tem impulsionado o interesse de investidores que buscam retorno superior ao oferecido pela renda fixa tradicional.
Como é composto o portfólio do VGIR11?
Foco total em CRIs
O fundo possui 99% do patrimônio alocado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), o que caracteriza o VGIR11 como um fundo de papel puro. Isso traz vantagens como previsibilidade de receita e indexação ao CDI, mas também carrega riscos, como a exposição à inadimplência dos emissores.
Em fevereiro, o fundo adquiriu R$ 6,2 milhões em novas operações de CRI, mantendo sua estratégia de reinvestimento para manter a rentabilidade elevada. O valor total da carteira é de R$ 1,39 bilhão.
Riscos de concentração
Apesar da pulverização dos ativos, há uma concentração relevante em emissões de algumas construtoras. Em um exemplo analisado, apenas três CRIs somam 15% do patrimônio líquido, o que pode representar risco elevado em caso de calote. Mesmo com esse ponto de atenção, a gestão tem buscado diversificar os setores (residencial e escritórios) e o perfil dos devedores.
Volume de negociação e interesse do mercado
Com cerca de 249 mil cotistas e um volume médio diário de negociação de R$ 4,2 milhões, o VGIR11 possui liquidez satisfatória para operações no mercado secundário. Isso facilita a entrada e saída de posições sem grandes oscilações de preço.
Durante o mês, a cota oscilou entre R$ 8,92 e R$ 9,37, com uma leve valorização de 1,16% nos últimos 50 dias. Mesmo com esse movimento, o fundo segue sendo negociado abaixo do valor patrimonial, o que pode sinalizar oportunidade para quem busca entrada com desconto.
Receita e despesas: o que os números revelam
Receitas mensais
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Dezembro: R$ 18 milhões
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Janeiro: R$ 17 milhões
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Fevereiro: R$ 19 milhões
Despesas
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Dezembro: R$ 5 milhões (reflexo de taxa de performance)
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Janeiro: R$ 1 milhão
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Fevereiro: R$ 2 milhões
As despesas maiores em dezembro foram justificadas pela taxa de performance, que incide quando o fundo supera benchmarks como o CDI. Apesar disso, o VGIR11 manteve reservas e optou por não distribuir 100% da receita, o que demonstra cautela e visão de longo prazo por parte da gestão.
Rentabilidade vs Valorização da cota: o dilema do investidor
É importante observar que, embora o rendimento mensal seja atrativo, a valorização da cota tem oscilado. Um investidor que comprou o fundo por R$ 10 no passado e viu sua cota cair para R$ 9 ainda não recuperou o capital investido, mesmo com os proventos. Isso reforça a importância de avaliar não apenas o rendimento, mas também o preço de entrada e o cenário macroeconômico.
Pontos positivos e negativos do VGIR11
Pontos positivos
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Rentabilidade consistente acima do CDI
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Carteira majoritariamente indexada ao CDI
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Distribuições mensais com bom histórico de regularidade
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Liquidez satisfatória no mercado secundário
Pontos de atenção
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Concentração de risco em algumas emissões
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Riscos inerentes ao crédito privado e à alta da inadimplência
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Alta dependência de taxas de juros (CDI)
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Taxa de performance pode impactar o resultado líquido
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