O Tesouro IPCA+ 2050 ganhou os holofotes entre os investidores que buscam segurança e bons rendimentos. Afinal, ele promete o chamado “juro real”, ou seja, uma rentabilidade que supera a inflação. Mas será que esse título público, com vencimento a mais de 25 anos, é uma oportunidade de ouro ou um risco escondido?
Neste artigo, vamos explorar as simulações que indicam a possibilidade de multiplicar seu patrimônio por quatro, os riscos reais da aplicação e as estratégias para usá-lo com inteligência na sua carteira de investimentos.
O que é o Tesouro IPCA+ 2050?
O Tesouro IPCA+ 2050 é um título público do governo federal que oferece uma rentabilidade composta por duas partes: a variação do IPCA (índice oficial da inflação) e uma taxa de juro prefixada, como IPCA +6%, por exemplo.
Ao contrário do Tesouro Selic, que acompanha os juros básicos da economia, ou do Tesouro Prefixado, que oferece um retorno fixo, o Tesouro IPCA+ garante um rendimento real acima da inflação, desde que o investidor leve o título até o vencimento.
Por que esse título está tão atrativo agora?
A atratividade do Tesouro IPCA+ está ligada a dois fatores principais:
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Taxas elevadas: Em 2025, as taxas de juro reais oferecidas chegaram a IPCA +6% ou mais. Isso significa um rendimento expressivo no longo prazo.
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Frustração com renda variável: Com a Bolsa de Valores e os fundos imobiliários ainda em recuperação, muitos investidores estão migrando para ativos de renda fixa, que oferecem segurança e rentabilidade mais previsível.
Além disso, o Tesouro IPCA+ 2050 tem um vencimento bastante longo, o que aumenta a sensibilidade à marcação a mercado, mas também eleva o potencial de ganhos expressivos, caso as taxas de juros caiam no futuro.
Quais são os riscos de investir no Tesouro IPCA+ 2050?
1. Risco de marcação a mercado (variação de preço no curto prazo)
Se as taxas de juros subirem, o preço do título cai. E isso pode causar prejuízos se você precisar vender o título antes do vencimento. Já houve períodos em que o IPCA+ 2050 teve queda superior a 30%, mesmo sendo um título público.
2. Compra fora do Tesouro Direto com taxas menores
Algumas corretoras vendem o IPCA+ 2050 com taxas inferiores às do Tesouro Direto, gerando prejuízo ao investidor. Essa diferença vira lucro para a corretora — um risco pouco comentado, mas relevante.
3. Alta duration: longo tempo para recuperar perdas
Títulos com duration longa, como o IPCA+ 2050, demoram mais para se recuperar de oscilações. Enquanto o IPCA+ 2029 tem duration de cerca de 4 anos, o de 2050 pode ultrapassar os 20 anos.
Simulações mostram: é possível multiplicar por 4, mas com paciência
Segundo simulações da Finclass, quem investir hoje em IPCA+ 2050 pode quadruplicar o patrimônio até o vencimento, se as taxas permanecerem altas e forem reinvestidas. O cenário ideal seria comprar com taxas superiores a IPCA +6% e mantê-lo até 2050.
Mas vale lembrar: rentabilidades passadas ou projetadas não garantem retornos futuros. E o desempenho no curto prazo pode ser frustrante, especialmente se as taxas continuarem subindo.
Estratégias para investir com inteligência
Diversificação é a chave
Ir “all-in” no IPCA+ 2050 pode ser tentador, mas não é a melhor estratégia para a maioria dos investidores. Veja como fazer melhor:
Use uma escada de vencimentos
Diversifique em títulos com diferentes prazos (2029, 2035, 2050), o que reduz o impacto de oscilações e permite reinvestir com melhores taxas futuramente.
Combine com títulos privados
CDBs, LCIs e LCAs com garantia do FGC e taxas maiores que IPCA +6% são excelentes alternativas — especialmente para quem busca mais liquidez ou tem perfil conservador.
Avalie sua fase da vida
Quem tem mais de 60 anos talvez deva evitar títulos com vencimentos tão longos. Já os jovens com horizonte de longo prazo podem se beneficiar mais da volatilidade.
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