A gestora do fundo imobiliário TRXF11 anunciou a assinatura de um compromisso de compra e venda de um imóvel localizado em Santa Bárbara d’Oeste (SP), no valor de R$ 31 milhões. A operação, ainda em fase preliminar de diligência, representa um passo importante na estratégia do fundo para reequilibrar seu caixa em 2025.
Segundo o fato relevante, a transação está dividida entre R$ 18 milhões à vista e R$ 13 milhões parcelados em 16 vezes, o que representa parcelas mensais de aproximadamente R$ 821 mil. O ganho estimado com a operação é de R$ 5 milhões, equivalente a R$ 0,25 por cota.
Venda ajuda, mas fundo ainda acumula déficit
Apesar da venda representar um alívio momentâneo, a TRX ainda precisa equalizar um passivo de cerca de R$ 23 milhões ao longo de 2025. O fundo está operando com resultado negativo acumulado no ano, conforme apresentado em gráficos divulgados pelos analistas.
A meta, portanto, é gerar caixa suficiente até dezembro para cobrir esse buraco financeiro, seja por meio de vendas adicionais, revisões de contratos ou novas estratégias de geração de receita com os ativos remanescentes.
Detalhes da transação: cap rate e valuation
A venda foi realizada com cap rate de 6,8%, o que gerou polêmica entre investidores que comparam esse retorno com aplicações mais conservadoras, como a poupança. No entanto, é importante destacar que o comprador está adquirindo um imóvel físico — com potencial de valorização patrimonial e retorno a longo prazo.
A transação foi realizada 6% acima do valor contábil (laudo de avaliação), o que demonstra que, apesar do cenário desafiador, o fundo conseguiu vender o ativo com prêmio sobre o valor patrimonial.
Reflexão sobre o mercado: imóvel versus rendimento passivo
O caso do TRXF11 reacende o debate entre retorno de dividendos e investimento direto em imóveis. Muitos investidores comparam FIIs a aplicações financeiras e criticam fundos com yield abaixo da média. Contudo, ao adquirir cotas de FIIs, o investidor está, essencialmente, comprando imóveis — com todos os riscos e benefícios envolvidos, como valorização, liquidez, vacância e rentabilidade.
O gestor, ao conseguir vender um ativo com cap rate de 6,8%, sugere que há mercado disposto a investir em imóveis mesmo com retornos aparentemente inferiores a outros instrumentos financeiros.
Ainda há caminho pela frente
Mesmo com essa importante movimentação, o TRXF11 precisa continuar executando sua estratégia para encerrar o ano com equilíbrio entre receitas e obrigações. O fundo já vinha operando com dificuldades, e essa venda representa uma vitória parcial — mas ainda insuficiente.
Com oito meses restantes em 2025, investidores e analistas acompanharão de perto os próximos passos da gestão. Novas vendas, possíveis revisões de aluguéis e recuperação de inadimplência podem ser decisivas para reverter o cenário e recuperar a confiança do mercado.
A operação sinaliza que o fundo está disposto a enfrentar o problema de frente, realizando desinvestimentos para gerar caixa e reduzir a pressão no curto prazo. No entanto, o resultado final de 2025 dependerá da continuidade dessa estratégia e da capacidade de execução da gestão.
O post TRXF11 fecha compromisso de venda e avança na meta de reduzir prejuízos apareceu primeiro em O Petróleo.