O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu o mundo nesta terça-feira ao anunciar que as tarifas impostas sobre produtos chineses não alcançarão os 145% inicialmente previstos. A decisão, tomada no final do dia em Washington, gerou alívio imediato nos mercados financeiros, que vinham sofrendo forte volatilidade diante da escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Tarifa reduzida, mas ainda sem definição
Apesar de não detalhar qual será o novo patamar das tarifas, Trump garantiu que elas ficarão “bem longe” dos 145%, embora não cheguem a ser zeradas. O anúncio veio após o secretário do Tesouro americano, Scott Bessant, já ter sinalizado mais cedo que as tarifas eram “insustentáveis” a longo prazo, preparando o terreno para esse recuo.
A falta de detalhes concretos sobre o novo nível das tarifas mantém uma certa dose de incerteza no ar, mas o gesto foi suficiente para aliviar as tensões globais. A expectativa agora se volta para as próximas rodadas de negociações entre EUA e China, em busca de um acordo definitivo.
Trump descarta demissão de Jerome Powell, mas mantém críticas
Outro ponto que trouxe instabilidade ao mercado nas últimas semanas foi a possibilidade de demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Trump, que frequentemente pressiona Powell a cortar os juros para estimular a economia, foi direto ao dizer que “jamais teve a intenção” de demiti-lo.
Mesmo afastando a hipótese de substituição, Trump voltou a criticar o presidente do Fed, afirmando que gostaria de vê-lo agir “mais rapidamente” na redução das taxas de juros. Powell, por sua vez, tem se mostrado resistente a interferências políticas, preferindo aguardar dados mais claros sobre o comportamento da economia antes de tomar novas decisões.
Essa tensão entre a Casa Branca e o Fed já gerou discussões sobre os limites da autoridade presidencial em relação ao banco central, que possui independência e estabilidade no cargo. Powell, nomeado por Trump em 2018 e mantido por Joe Biden, tem mandato até 2026.
Alívio vem em meio a críticas do FMI
Essas movimentações de Trump ocorrem no mesmo dia em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um relatório revisando para baixo suas projeções de crescimento econômico global. O FMI alertou que a guerra comercial encabeçada pelos EUA pode impactar negativamente diversas economias, especialmente a americana.
O recuo nas tarifas, somado à garantia de estabilidade no comando do Fed, foi visto por muitos analistas como uma tentativa de Trump de aliviar as pressões políticas e financeiras que vinham se acumulando. Com os mercados globais em queda e o FMI lançando duras críticas, o presidente americano parece ter optado por uma postura mais conciliadora para evitar maiores danos à economia.
O post Trump recua em tarifas contra China e traz alívio aos mercados globais apareceu primeiro em O Petróleo.