Trump ameaça tarifas e derruba bolsas na Europa; Brasil atento ao IPCA-15 e discurso do BC

As bolsas europeias amanheceram em queda nesta quinta-feira (27), pressionadas por novas tensões comerciais provocadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Durante a noite anterior, Trump anunciou a intenção de impor uma tarifa de 25% sobre a importação de carros e caminhões leves que não forem fabricados nos Estados Unidos — o que afeta diretamente grandes montadoras europeias como Porsche, BMW, Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo.

Além disso, o republicano elevou o tom contra a Europa e o Canadá, ameaçando retaliar caso os dois blocos “se unam contra as tarifas americanas”, em suas palavras.

Impacto imediato nas bolsas europeias

A reação dos mercados foi rápida: as principais bolsas europeias abriram em queda, com destaque negativo para a bolsa de Frankfurt, afetada diretamente pela possível taxação sobre a poderosa indústria automotiva alemã. Na média, os índices europeus registravam queda de 0,6% na manhã desta quinta-feira.

Especialistas do setor automotivo veem a declaração de Trump como uma possível estratégia de blefe, já que a implementação efetiva das tarifas está marcada para o dia 2 de abril — data que coincide simbolicamente com o “April Fools’ Day” (Dia da Mentira) nos EUA. No entanto, o risco de que as tarifas se concretizem causou forte aversão ao risco no mercado global.

Wall Street e commodities: reações cautelosas

Nos Estados Unidos, as bolsas em Nova York operavam em leve alta na manhã de quinta-feira, em uma tentativa de recuperação após a queda do dia anterior, quando os investidores aguardavam o anúncio de Trump. Os índices subiam entre 0,1% e 0,2%, sem grande entusiasmo.

No mercado de commodities, o petróleo Brent — referência para os preços da Petrobras — caía 0,2%, cotado a US$ 73,60. A preocupação é que tarifas sobre carros e caminhões reduzam a demanda por combustíveis, afetando diretamente a cadeia energética global.

Já o minério de ferro apresentou alta de 1,3% na madrugada, impulsionado pelo aumento da demanda das siderúrgicas chinesas, que buscam recompor estoques. Esse movimento positivo favorece empresas como a Vale (VALE3).

Ouro dispara com projeções otimistas

Enquanto ações e petróleo enfrentam turbulência, o ouro caminha em direção a um novo recorde histórico. O banco Goldman Sachs revisou para cima sua projeção de preço da onça de ouro em 2025, elevando de US$ 3.100 para US$ 3.300. Com isso, o metal precioso, visto como porto seguro em tempos de instabilidade, ganhou tração e liderava os ganhos no início da manhã.

Bitcoin lateralizado e dólar estável

No mercado de criptoativos, o Bitcoin voltou a recuar, sendo negociado na faixa dos US$ 87.500. A valorização recente parece ter perdido fôlego diante das incertezas macroeconômicas e geopolíticas. O índice do dólar DXY, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de moedas, operava estável, cravado no zero a zero.

Brasil acompanha inflação e discurso do BC

Por aqui, o foco se volta para o IPCA-15 de março, a prévia da inflação oficial do país. O dado é acompanhado de perto pelo mercado, especialmente após o tom mais duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta semana.

Além disso, o Banco Central divulgará nesta quinta-feira seu novo relatório de política monetária — nome atualizado do tradicional relatório trimestral de inflação. A expectativa é que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, utilize a coletiva de imprensa para reforçar a preocupação com o combate à inflação e sinalizar os próximos passos da política de juros.

Temporada de balanços aquece cenário doméstico

No cenário corporativo brasileiro, a temporada de resultados do quarto trimestre de 2024 continua movimentando o mercado. Empresas de diversos setores devem divulgar seus números, influenciando diretamente a Bolsa brasileira (B3).

O mercado financeiro global amanheceu em alerta máximo. A retórica protecionista de Donald Trump reacende temores de uma guerra comercial e coloca pressão sobre bolsas e commodities. No Brasil, os investidores monitoram com atenção os sinais da inflação e a postura do Banco Central, em um momento crucial para a trajetória da taxa Selic. A volatilidade promete continuar nos próximos dias, exigindo atenção redobrada de analistas e investidores.

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