As transmissoras de energia elétrica são as favoritas dos investidores que buscam renda passiva. Com contratos de longo prazo, geralmente corrigidos pela inflação, empresas como Taesa (TAEE11) e ISA Cteep (ISAE4) garantem previsibilidade de receita e, consequentemente, dividendos consistentes.
Apesar de pertencerem ao mesmo segmento, as duas companhias vivem momentos distintos em termos de resultado operacional, endividamento e perspectivas de médio prazo.
Desempenho da Taesa (TAEE11): eficiência e pagamentos robustos
A Taesa reportou crescimento de 5,5% na receita no acumulado do semestre, alcançando R$ 1,2 bilhão. O Ebitda regulatório avançou 7,2%, enquanto o OPEX caiu 2,9%, reforçando a eficiência da gestão.
O lucro líquido somou R$ 487,7 milhões, praticamente estável, mas suficiente para sustentar dividendos equivalentes a 100% do lucro do período. A companhia mantém sua política de distribuir entre 90% e 100% dos resultados, o que a torna atrativa para investidores de longo prazo.
O ponto de atenção está na alavancagem. Para sustentar investimentos e novos projetos, a empresa recorre a emissões de debêntures incentivadas, ampliando a dívida, mas preservando a distribuição elevada de dividendos.
ISA Cteep (ISAE4): pressão no lucro, mas dividend yield maior
A ISA Cteep registrou queda de 40% no lucro do 2º trimestre, reflexo da redução gradual da receita da RBSE, indenização que será extinta em 2028. Apesar disso, compensou parte da pressão com aumento da RAP em projetos estratégicos, como Água Vermelha, antecipado em 16 meses.
A empresa mantém alavancagem em torno de 3,5x Ebitda, considerada confortável, e ampliou investimentos em 72% em relação ao ano anterior. O prazo médio de concessões é de 21 anos, maior que o da Taesa, garantindo horizonte mais longo de receitas.
No momento, a ação negocia com múltiplos mais baixos (P/L de 5x e EV/Ebitda em torno de 6x) e oferece dividend yield acima de 10%, superior ao da concorrente.
Comparativo direto: TAEE11 x ISAE4
Indicador (2025) | Taesa (TAEE11) | ISA Cteep (ISAE4) |
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Receita semestral | +5,5% (R$ 1,2 bi) | +1,3% (R$ 1,27 bi) |
Lucro líquido | R$ 487,7 mi (estável) | -40% no 2T25 |
Payout | 90% a 100% | ~75% |
Dividend Yield (12m) | ~8% | >10% |
P/L | ~6x | ~5x |
EV/Ebitda | ~7x | ~6x |
Prazo médio de concessões | 14 anos | 21 anos |
Alavancagem (Dívida/Ebitda) | Elevada (c/ debêntures) | 3,5x (pico 4x) |
Perspectivas para 2025
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Taesa (TAEE11): deve continuar pagando dividendos robustos, mas enfrenta desafios de alavancagem crescente e concessões com prazos mais curtos.
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ISA Cteep (ISAE4): passa por ajustes no lucro, mas compensa com dividend yield elevado, múltiplos mais atrativos e concessões mais longas.
Analistas destacam que, no cenário atual, a ISA Cteep tende a entregar retorno superior em dividendos em 2025, embora a Taesa siga como alternativa sólida para investidores conservadores.
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