RURA11: Fiagro volta a pagar mais e sinaliza retomada com reservas robustas e safra forte

O fundo de investimento em cadeias agroindustriais RURA11 voltou a chamar a atenção do mercado em abril de 2025, ao apresentar sinais consistentes de recuperação. Após atravessar meses de instabilidade, com inadimplência em algumas operações e queda nos rendimentos, o Fiagro começa a mostrar fôlego renovado com aumento no valor distribuído por cota, estratégia de reservas robustas e impulso positivo vindo da última safra.

Rendimentos voltam a subir com cautela

Em seu último relatório, o RURA11 anunciou a geração de R$ 0,106 por cota no mês, mas distribuiu R$ 0,085, optando por reter parte dos resultados para compor reservas. A decisão segue uma política mais prudente do fundo diante dos desafios enfrentados com calotes em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

Atualmente, o fundo acumula cerca de R$ 11 milhões em resultados não distribuídos, o equivalente a cerca de R$ 0,08 por cota. A estratégia busca fortalecer a capacidade do fundo de suportar eventuais novos problemas com inadimplência.

Carteira 100% alocada e alavancagem mínima

Com mais de R$ 1,6 bilhão em patrimônio líquido e cerca de 85 mil cotistas, o RURA11 segue com 100% da carteira alocada e alavancagem considerada desprezível. A taxa média dos CRAs na carteira gira em torno de CDI + 3,9%, com diversificação considerada positiva — o que tem ajudado o fundo a evitar impactos catastróficos como os observados em outros Fiagros mais concentrados.

Impacto da safra e cenário do agro favorecem o fundo

A última safra agrícola foi apontada como uma das melhores dos últimos anos, segundo os próprios gestores do fundo. Esse desempenho fortalece a capacidade de pagamento dos produtores rurais, o que pode reduzir a inadimplência e facilitar renegociações de dívidas.

Outro fator relevante é o agravamento da guerra comercial entre EUA e China, que deve favorecer ainda mais o agronegócio brasileiro. Com tarifas impostas pelos EUA, a China tende a comprar soja e outros grãos do Brasil, elevando a demanda e os preços internos — reflexo já perceptível na valorização de commodities como soja, milho e algodão nas últimas semanas.

Inadimplência sob controle e cobrança ativa

Atualmente, 7,2% do patrimônio líquido do RURA11 está vinculado a operações com algum tipo de discussão jurídica ou atraso. Apesar disso, a gestão tem atuado de forma ativa para negociar diretamente com os devedores e recuperar os valores. Em alguns casos, como na operação com o produtor Pedro Merola, mesmo após a entrada em Recuperação Judicial, os pagamentos seguem em dia, graças a um acordo ajustado ao fluxo de caixa do devedor.

Do lado jurídico, no entanto, o fundo enfrenta entraves frequentes. Há decisões judiciais inconsistentes envolvendo as garantias reais (terras agrícolas) atreladas aos CRAs, o que gera insegurança e retarda a execução de garantias. A equipe do fundo segue firme na tentativa de demonstrar aos juízes que as propriedades rurais dadas como garantia não são essenciais à atividade econômica dos devedores, e, portanto, podem ser retomadas.

Recuperação patrimonial e cotas descontadas

As cotas do RURA11 ainda estão sendo negociadas abaixo de R$ 8 no mercado secundário, o que representa um desconto relevante frente ao valor patrimonial de R$ 10,19. Para investidores atentos, o movimento pode representar uma oportunidade, especialmente com a sinalização de retomada nos rendimentos mensais e a estabilidade nos preços das commodities agrícolas.

A expectativa é que, mantida a tendência de normalização das operações e aumento da previsibilidade dos fluxos de caixa, os dividendos retornem ao patamar de R$ 0,10 por cota nos próximos meses.

Diversificação é o diferencial

Um ponto de destaque no RURA11 é a sua diversificação de carteira, com exposição pulverizada entre diferentes operações, produtos e regiões. Essa característica tem sido essencial para mitigar os riscos de inadimplência e evitar perdas acentuadas. Em comparação, outros Fiagros como o Galápagos sofreram danos significativos por concentrarem mais de 40% do patrimônio em uma única operação.

Perspectivas e o que esperar daqui para frente

Embora o RURA11 ainda enfrente desafios, como litígios judiciais e operações vencidas, o cenário atual traz um alívio e uma perspectiva mais positiva. A gestão demonstra proatividade, com reforço de reservas, renegociação com devedores e foco em preservar valor patrimonial.

Para os investidores, o momento exige cautela, mas também oferece sinais claros de que o fundo pode estar no caminho da recuperação. Se as iniciativas de cobrança avançarem e a boa fase do agro se mantiver, o RURA11 tem tudo para voltar a entregar rendimentos mais expressivos, com menor volatilidade.

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