A ALUPAR (ALUP11) divulgou um aumento de 10,8% na receita líquida, com o EBITDA crescendo 5,4% no trimestre. No entanto, a empresa registrou uma queda de 21,5% no lucro líquido consolidado, fechando o período com R$ 225 milhões. O lucro líquido regulatório da companhia ficou em R$ 98 milhões, uma redução de 37% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Outro ponto de atenção é o endividamento da empresa, que cresceu 2,2%. A relação entre dívida líquida e EBITDA atingiu 3,5 vezes, indicando um aumento da alavancagem financeira. Essa tendência de maior endividamento é comum no setor de transmissão de energia, devido aos elevados investimentos em infraestrutura.
Apesar do cenário desafiador, a ALUPAR recomendou a distribuição de R$ 76 milhões em dividendos, equivalente a R$ 0,24 por ação. Esse valor, no entanto, é considerado baixo em comparação com outras opções do setor.
CEMIG Expande Operações com Aquisições Estratégicas
A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) anunciou a compra da transmissora de energia Timóteo Mesquita, um ativo localizado no Vale do Aço, por R$ 30 milhões. Essa aquisição faz parte da estratégia da CEMIG para ampliar sua presença no setor de transmissão de energia.
A companhia também detém uma posição relevante na Taesa (TAEE11) e, segundo especulações do mercado, pode realizar um desinvestimento nessa participação para reforçar seu caixa.
Nos últimos 12 meses, a CEMIG registrou uma valorização de 37,2% no lucro. O dividend yield atual está em 12,63%, um nível atrativo para investidores de longo prazo.
Entretanto, um dos desafios da empresa é a incerteza sobre a privatização ou estatização, tema que gera oscilação no preço das ações.
PETROBRÁS e o Impacto da Variação Cambial
A Petrobras (PETR4) reportou um prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre, reflexo da desvalorização cambial e de provisões contábeis sem efeito caixa. Desconsiderando esses fatores, a estatal teria registrado um lucro de R$ 17,7 bilhões no período.
O diretor financeiro da companhia explicou que o impacto da variação cambial ocorre devido a transações entre empresas do mesmo grupo, resultando em efeitos contábeis que se compensam economicamente.
Outro fator que pressionou os resultados foi o aumento nos investimentos. O capex da Petrobras atingiu R$ 16,6 bilhões, um crescimento de 31%, com foco em projetos do pré-sal. Caso a estatal invista na Margem Equatorial, esse número pode crescer ainda mais nos próximos anos.
O endividamento líquido também subiu 16,9%, e a companhia manteve seu guidance de investimentos para 2025 em US$ 18,5 bilhões.
Apesar do prejuízo contábil, a Petrobras anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos, com pagamento de R$ 0,70 por ação. A primeira parcela será paga em 20 de maio e a segunda, em 20 de junho.
O Que Esperar do Setor?
Os resultados financeiros de ALUPAR, CEMIG e PETROBRÁS revelam um cenário de desafios e oportunidades. Enquanto a ALUPAR enfrenta pressão no endividamento e queda no lucro, a CEMIG aposta na expansão com aquisições estratégicas. Já a Petrobras precisa lidar com os impactos da variação cambial e um elevado nível de investimentos.
Para investidores, a análise detalhada desses balanços é essencial para entender as perspectivas de cada empresa e tomar decisões fundamentadas.
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