A Klabin apresentou um balanço sólido no quarto trimestre de 2024, consolidando sua posição de destaque no setor de papel e celulose. A receita líquida do período atingiu R$ 5,3 bilhões, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. O EBITDA ajustado cresceu 13%, totalizando R$ 1,8 bilhão no trimestre.
No ano, o volume de vendas registrou um aumento de 6%, com 45% da produção direcionada ao mercado externo e 55% ao mercado interno. Esses números refletem a resiliência da empresa em um cenário econômico desafiador e reforçam sua capacidade de manter uma boa rentabilidade.
Diversificação da receita: segmentos e mercados
A Klabin se destaca por sua diversificação tanto em segmentos de atuação quanto geograficamente. Atualmente, sua receita está dividida da seguinte forma:
- 30% Embalagens
- 30% Papel
- 30% Celulose
Geograficamente, 63% da receita provém do Brasil, enquanto 37% vem de mercados externos, com destaque para:
- Itália: 6%
- China: 5%
- Argentina: 4,6%
- México: 3%
Além disso, boa parte da receita da Klabin é dolarizada, o que proporciona proteção contra oscilações cambiais e contribui para a estabilidade dos resultados.
Redução de custos e eficiência operacional
No setor de celulose, a Klabin conseguiu reduzir significativamente seu custo caixa de produção, que caiu 10% ano a ano, atingindo R$ 1.200 por tonelada. Essa eficiência coloca a empresa entre as mais competitivas do mundo, ao lado de gigantes como a Suzano.
Por outro lado, o segmento de papel apresentou um crescimento tanto no volume de vendas quanto na receita líquida. Esse avanço é resultado de investimentos em capacidade produtiva e expansão de mercado.
Endividamento e desalavancagem: o que esperar?
Com aquisições estratégicas realizadas em 2024, a dívida líquida da Klabin aumentou, atingindo 4,5x o EBITDA ajustado. Apesar do patamar elevado, a empresa possui um caixa robusto de R$ 7,5 bilhões, capaz de cobrir 32 meses da dívida.
A Klabin também possui um plano de desalavancagem para 2025, priorizando a geração de caixa e a amortização da dívida. O objetivo é reduzir significativamente o endividamento nos próximos trimestres, garantindo mais flexibilidade financeira.
Dividendos: expectativa para 2025
Os dividendos pagos em 2024 somaram R$ 1,5 bilhão, correspondendo a um dividend yield de 6,2%. No entanto, a Klabin anunciou uma mudança na sua política de distribuição de dividendos, reduzindo o percentual do EBITDA ajustado destinado aos acionistas de 15-25% para 10-20%.
Com essa mudança, os dividendos podem cair temporariamente, ficando entre 3,4% e 6,7% de yield, dependendo do percentual final adotado. No entanto, os executivos da companhia garantem que essa política é temporária e que, após a desalavancagem, os pagamentos devem voltar a crescer.
Outro ponto que chamou atenção foi o baixo dividendo anunciado para março de 2025: apenas R$ 0,008 por ação, o que representa um dividend yield de 0,2%. A empresa, no entanto, tradicionalmente realiza distribuições ao longo do ano, com novas datas previstas para maio, agosto, novembro e dezembro.
Perspectivas para o futuro: vale a pena investir na Klabin?
Apesar das preocupações com a redução temporária dos dividendos, a Klabin segue uma estratégia de longo prazo sólida. A desalavancagem projetada para 2025 deve fortalecer a empresa e permitir melhores retornos aos acionistas nos próximos anos.
Para investidores focados no longo prazo, a Klabin continua sendo uma opção interessante, especialmente considerando sua capacidade de geração de caixa, diversificação de receitas e eficiência operacional.
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