Renda fixa ou ações nos EUA? Veja o que vale mais a pena para investidores brasileiros

Para quem pensa em internacionalizar seus investimentos, uma das dúvidas mais comuns é: vale mais a pena investir em renda fixa ou renda variável nos Estados Unidos? Ambas têm características, riscos e potenciais de retorno distintos — e a resposta depende diretamente do seu perfil de investidor, horizonte de tempo e tolerância a oscilações.

Entendendo a diferença: o que é renda fixa e renda variável?

Antes de decidir entre um e outro, é essencial compreender o funcionamento básico de cada tipo de investimento:

Renda fixa

Na renda fixa, o investidor “empresta” dinheiro ao governo, bancos ou empresas, e em troca recebe juros definidos no momento da aplicação. Esse tipo de investimento tende a oferecer maior previsibilidade de retorno e menor volatilidade.

Nos Estados Unidos, as principais modalidades de renda fixa são:

  • Treasury Bonds: Títulos públicos emitidos pelo governo americano, equivalentes ao Tesouro Direto no Brasil. Pagam juros fixos até o vencimento.

  • Corporate Bonds: Dívidas emitidas por empresas. São como debêntures e envolvem maior risco de crédito, mas também maior retorno.

  • CDs (Certificates of Deposit): Títulos emitidos por bancos com vencimento definido e sem possibilidade de resgate antecipado.

  • ETFs de Renda Fixa: Fundos que compram uma cesta de títulos e são negociados em bolsa, sendo uma opção mais acessível ao investidor brasileiro.

Renda variável

Já na renda variável, não há garantia de rentabilidade. O retorno está sujeito ao desempenho de ativos como ações, fundos imobiliários ou ETFs de ações.

Nos EUA, os principais produtos de renda variável são:

  • Ações (Stocks): Papéis de empresas listadas na bolsa americana.

  • REITs: Fundos imobiliários dos EUA que distribuem aluguéis regularmente.

  • ETFs de ações: Fundos que replicam índices como o S&P 500, ou setores específicos como tecnologia, saúde ou energia.

Comparativo de rentabilidade: renda fixa vs renda variável nos EUA

A performance dos últimos anos

Um estudo comparativo com três ETFs populares nos EUA mostra a diferença clara entre os dois tipos de ativos:

  • SPY (S&P 500 – ações): +308% em 20 anos, incluindo reinvestimento de dividendos.

  • TLT (títulos públicos longos): +7% no mesmo período.

  • BIL (títulos públicos curtos): +11%.

Ou seja, a renda variável tende a ser mais rentável no longo prazo, mesmo com maior volatilidade. Em contrapartida, os ETFs de renda fixa oscilam pouco e oferecem maior previsibilidade — embora rendam menos.

Volatilidade e riscos

Durante períodos de crise, a renda variável pode sofrer perdas significativas. O SPY, por exemplo, já acumulou quedas superiores a 20% em determinados anos. Já os títulos de curto prazo (como o BIL) mal se movimentam, mas também não geram grandes retornos.

O impacto da taxa de juros americana

A rentabilidade da renda fixa nos EUA está diretamente ligada à taxa de juros americana, atualmente em 5,5% ao ano (dados de 2024). Com isso, títulos novos estão oferecendo cerca de 4% a 5% ao ano.

Contudo, historicamente, a taxa de juros nos EUA gira entre 1% e 2% ao ano, o que torna a renda fixa americana menos atrativa em comparação com outros países como o Brasil, onde o risco e a inflação são mais elevados, mas a remuneração também.

Diversificação: o equilíbrio ideal entre risco e retorno

Para a maioria dos investidores brasileiros, o ideal é combinar os dois tipos de ativos, respeitando seu perfil e objetivos:

  • Perfil conservador: alocar a maior parte em renda fixa (Treasuries, CDs ou ETFs de bonds), com uma fatia menor em ações ou REITs.

  • Perfil moderado a arrojado: incluir uma parcela relevante em ações americanas, ETFs setoriais ou empresas de crescimento, mantendo um percentual menor em renda fixa para segurança e liquidez.

Exemplo prático de diversificação

Com acesso facilitado por corretoras como Banco Inter, XP ou Avenue, investidores brasileiros já conseguem montar uma carteira internacional que combina:

  • ETFs de ações americanas (SPY, QQQ, VOO).

  • Bonds de empresas brasileiras emitidos no exterior (como Ambipar pagando quase 10% ao ano em dólar).

  • ETFs de renda fixa curta como BIL para formar caixa com baixo risco.

Mesmo investidores iniciantes podem construir uma carteira sólida com apenas 10% a 20% em renda fixa e o restante em ativos de maior risco, caso tenham horizonte de longo prazo e apetite por volatilidade.

Qual é o melhor investimento?

Não existe uma resposta única. A escolha entre renda fixa e renda variável nos EUA depende da sua tolerância ao risco, prazo de investimento e necessidade de liquidez.

  • Renda variável entrega mais rentabilidade no longo prazo, mas exige paciência e resistência emocional.

  • Renda fixa garante mais previsibilidade e menor oscilação, mas pode render pouco, principalmente quando os juros estão baixos.

A melhor decisão é combinar ambos os mundos, aproveitando as vantagens de cada estratégia dentro de uma alocação diversificada, ajustada ao seu perfil.

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