Renda fixa disparando: veja se vale a pena investir em LCI e LCA agora

As incertezas econômicas globais, agravadas por tensões comerciais e conflitos, têm elevado as taxas de juros no Brasil, tornando a renda fixa mais atrativa. Em meio a esse cenário, LCIs e LCAs voltam ao radar dos investidores, oferecendo retornos que superam 13% ao ano, isentos de Imposto de Renda. Mas será que esses títulos são realmente a melhor escolha para o seu perfil? Vamos analisar.

Por que as taxas estão tão altas?

O principal motor desse aumento nas taxas é a taxa Selic, atualmente em 14,25%, uma das mais altas da história recente. Porém, mais relevante para os investidores de longo prazo é a curva de juros futuros, que representa as expectativas do mercado sobre os juros nos próximos anos.

A curva tem sido bastante volátil, refletindo tanto as decisões do Banco Central quanto fatores externos, como a inflação global e conflitos geopolíticos. Em 2023, por exemplo, o mercado previa uma queda da Selic para 10%, mas com o agravamento do cenário econômico, a expectativa voltou a subir, projetando juros em torno de 14% a 15% até 2027.

Essa oscilação da curva impacta diretamente as taxas oferecidas nos títulos de renda fixa, incluindo CDBs, LCIs e LCAs.

Como comparar LCIs e LCAs com CDBs?

Embora LCIs e LCAs sejam isentas de IR, a comparação com CDBs precisa considerar o efeito do imposto. Um LCA que paga 13,4% ao ano, por exemplo, equivale a um CDB que ofereça aproximadamente 15,7% ao ano, considerando a alíquota de 15% de IR para prazos acima de dois anos.

Portanto, se você encontrar um CDB pré-fixado pagando 16% ou mais, ele pode ser mais vantajoso que uma LCA, mesmo com o desconto do imposto.

O FGC protege, mas atenção ao emissor

Outro ponto crucial é a segurança dos títulos. Tanto LCIs, LCAs quanto CDBs contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), até R$ 250 mil por instituição e R$ 1 milhão por CPF. Ainda assim, escolher emissores sólidos é essencial para evitar dores de cabeça.

Aqui, a dica é analisar indicadores como:

  • Índice de Basileia (superior a 11%)

  • Índice de Imobilização (inferior a 50%)

  • Histórico de lucros (positivo em pelo menos dois dos últimos quatro anos)

Cuidado com o risco de reinvestimento

Um detalhe que muitos ignoram ao investir em LCIs e LCAs é o prazo de vencimento. Esses títulos, em geral, têm prazos curtos, entre 2 e 3 anos, o que expõe o investidor ao risco de reinvestimento — ou seja, a necessidade de reaplicar o capital em um ambiente de juros possivelmente mais baixos no futuro.

Para mitigar esse risco, uma estratégia eficaz é a escada de vencimentos: distribuir os aportes em prazos variados, de 2 a 5 anos, garantindo fluxo de liquidez e oportunidade de reinvestir com taxas atrativas.

Vale a pena investir em LCI e LCA agora?

Sim, LCIs e LCAs continuam boas opções, especialmente para investidores que buscam segurança, isenção de IR e retornos competitivos na renda fixa. Contudo, a decisão entre LCI, LCA, CDB, ou até mesmo CRI/CRA e fundos imobiliários de papel, vai depender do seu perfil de risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento.

Atualmente, há CRI/CRA pagando até 17,4% ao ano (equivalente a um CDB de 20% ao ano) e fundos imobiliários de papel com dividendos médios de IPCA + 10%, o que pode ser mais atrativo dependendo da sua estratégia.

Dica final: A rentabilidade é importante, mas o planejamento da carteira é o que garante solidez nos investimentos. Diversificar entre prazos, indexadores (prefixado, IPCA+, pós-fixado) e classes de ativos pode fazer toda a diferença.

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