Reestruturação do URPR11 gera incertezas e cotistas pedem mais transparência

Uma proposta da gestora do fundo Urca Prime Renda (URPR11) gerou revolta entre investidores e acendeu um alerta sobre a falta de transparência na comunicação com cotistas. A proposta, enviada por meio de um documento com apenas oito páginas — das quais duas são dedicadas ao passo a passo de votação — prevê uma reestruturação do fundo em dois produtos distintos. No entanto, não há qualquer detalhamento técnico ou projeção financeira que permita aos cotistas entenderem o real impacto dessa decisão.

Dois novos fundos, nenhuma explicação concreta

Segundo a proposta da gestora, o URPR11 seria desmembrado em dois novos fundos:

  • Um focado em ativos de renda recorrente, que teoricamente continuaria distribuindo proventos mensais.

  • Outro voltado para ativos de desenvolvimento, com perspectiva de valorização no longo prazo.

O problema? O documento não informa quais ativos irão para cada fundo, quais rendimentos podem ser esperados, como será a liquidez, qual a TIR estimada dos ativos de desenvolvimento ou se haverá qualquer garantia de pagamento de dividendos no curto prazo.

“Querem que o cotista vote no escuro”, dizem analistas

A proposta, considerada genérica e pouco fundamentada, foi duramente criticada por analistas e investidores individuais. Muitos relataram nas redes sociais e em vídeos no YouTube que se sentiram desrespeitados por serem convocados a votar em algo que não conseguem avaliar.

“É como assinar um contrato em branco. Eles pedem um ‘sim ou não’ sem apresentar nenhum estudo de impacto, cenário futuro ou estimativas financeiras. Isso não é governança, é uma roleta-russa com o dinheiro dos cotistas”, afirmou um influenciador especializado em FIIs.

Falta de material de apoio agrava a desconfiança

Cotistas relatam que o documento enviado não conta com nenhum anexo explicativo, relatório técnico ou comparativo entre o fundo atual e os novos veículos propostos. Até mesmo a live anunciada pela gestora para o dia 14 de abril, que seria uma oportunidade de esclarecer dúvidas, foi recebida com ceticismo por parte dos investidores, que já não confiam na qualidade das informações fornecidas pela administração.

Segundo relatos, muitos já nem perdem tempo acompanhando os eventos promovidos pela gestora, por considerarem as apresentações “protocolos vazios”.

Impactos para o cotista: o que se sabe e o que falta

O que foi informado pela gestora:

  • Criação de dois fundos: um de renda e outro de desenvolvimento.

  • Proposta já está em votação pelos cotistas.

  • Haverá uma live para “esclarecimentos”.

O que não foi informado:

  • Quais ativos vão compor cada fundo.

  • Projeção de dividendos futuros em cada novo veículo.

  • Taxas de administração e performance de cada fundo.

  • Estratégia operacional pós-reestruturação.

  • Impactos fiscais e de liquidez para os cotistas.

Cotistas com patrimônio concentrado sofrem mais

A falta de clareza é ainda mais preocupante para investidores que concentraram grande parte de seu capital no URPR11, apostando em uma estratégia de renda mensal. Agora, com a proposta de transformação parcial em fundo de desenvolvimento, o risco de ficarem sem proventos regulares aumenta — e sem nenhuma projeção que permita uma decisão segura.

Além disso, o fundo já vinha apresentando distribuições abaixo da média do setor, o que reforça a insatisfação geral com a gestão e levanta dúvidas sobre a real viabilidade dos ativos que permanecem na carteira.

Votar “sim” ou “não”: como decidir em meio à incerteza?

Com base nas informações disponíveis até o momento, analistas sugerem cautela. A decisão entre aprovar ou rejeitar a proposta deve ser feita com base no perfil de risco do investidor e no grau de confiança que ele ainda deposita na gestão da Urca Prime.

Enquanto alguns aguardam a live para decidir, outros já sinalizam voto contrário como forma de protesto contra a falta de respeito com os cotistas. Muitos defendem que uma reestruturação pode, sim, ser positiva — desde que bem explicada e embasada, o que não é o caso atual.

O risco da desinformação em fundos de investimento

O episódio do URPR11 levanta um debate importante sobre a governança e a transparência nos fundos imobiliários brasileiros. Votar sem entender os impactos é um risco que nenhum cotista deveria correr — principalmente quando se trata do seu patrimônio construído com esforço.

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