Com a recente alta nas taxas do Tesouro Direto, muitos investidores estão se perguntando: é possível ganhar 1% ao mês? Vale mais a pena um título prefixado a 15% ou um IPCA+8%? E o Tesouro Selic ainda faz sentido no longo prazo?
Neste guia completo, respondemos às principais dúvidas dos investidores com base em simulações, comparações históricas e projeções do mercado. Prepare-se para tomar decisões mais conscientes e rentáveis com seus investimentos em renda fixa.
É possível ganhar 1% ao mês no Tesouro Direto?
Essa é uma das perguntas mais comuns entre investidores iniciantes e experientes. A resposta rápida: sim, é possível, mas 1% ao mês não é o mesmo que 12% ao ano.
Isso acontece porque o Tesouro Direto trabalha com juros compostos, e não simples. Ou seja, a rentabilidade se acumula mês após mês. Para alcançar 1% ao mês de forma composta, a taxa anual necessária é de aproximadamente 12,68%. Para 1,3% ao mês, o rendimento anual sobe para 16,77%.
Dica prática: Use a fórmula (1+taxamensal)12−1(1 + taxa mensal)^12 – 1 para converter rentabilidade mensal em anual com juros compostos.
Além disso, é importante lembrar que essas rentabilidades são brutas, ou seja, ainda sofrem desconto de Imposto de Renda, que varia de 22,5% a 15% conforme o prazo da aplicação.
Prefixado a 15% ou IPCA+8%: qual é o melhor?
Com o Tesouro Prefixado pagando mais de 15% ao ano e o Tesouro IPCA+ oferecendo juro real acima de 8%, muitos investidores ficam na dúvida sobre qual é o investimento mais vantajoso.
A escolha ideal depende da expectativa de inflação futura:
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Se você acredita que a inflação ficará abaixo de 6,6% ao ano, o prefixado tende a render mais.
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Se espera uma inflação acima desse patamar, o IPCA+ oferece melhor proteção e rentabilidade real.
Comparativo de rentabilidade histórica
Analisando os dados dos últimos anos:
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Prazo de 20 anos: o IPCA+ venceu.
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Prazo de 10 anos: o prefixado ganhou.
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Prazo de 5 anos: empate técnico.
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Prazo de 3 anos: leve vantagem para o prefixado.
Ou seja, quanto maior o prazo, maior a incerteza, e o IPCA tende a se destacar pela proteção contra inflação. Já no curto prazo, o prefixado pode capturar melhor o atual patamar elevado de juros.
Tesouro Selic vale a pena no longo prazo?
O Tesouro Selic é considerado um investimento seguro e líquido, ideal para reserva de emergência e objetivos de curto prazo. Mas será que vale a pena mantê-lo no longo prazo?
Pontos positivos:
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Liquidez diária
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Baixa volatilidade
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Segurança do Tesouro Nacional
Pontos negativos:
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Vencimentos curtos (atualmente até 2031)
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Necessidade de reinvestimento periódico
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Impacto do Imposto de Renda a cada novo resgate e reinvestimento
Se a ideia é investir por mais de 5 anos, títulos IPCA+ ou prefixados podem oferecer melhor rentabilidade e planejamento tributário.
Renda+ 2030 ou IPCA+ 2040: qual escolher?
Outra dúvida recorrente é sobre o Tesouro Renda+ 2030, voltado para aposentadoria, versus o Tesouro IPCA+ 2040, um título tradicional de longo prazo.
Apesar do nome, o Renda+ 2030 não vence em 2030 — ele começa a pagar parcelas em 2030 e segue até 2049. Ou seja, o vencimento real é muito mais longo.
Regra de ouro: quanto maior o prazo, maior o risco — e, por consequência, maior a taxa exigida. Porém, em momentos de anomalias no mercado, títulos com vencimentos curtos podem oferecer melhores taxas.
Atualmente, títulos com vencimento entre 2029 e 2035 oferecem taxas mais atrativas do que alguns vencimentos para 2050, o que pode indicar uma oportunidade pontual.
IPCA+ 8% é hora de comprar tudo?
Com o IPCA+ 2045 e 2050 oferecendo taxas reais próximas ou acima de 8%, muitos investidores cogitam alocar pesadamente nesses títulos. Mas é preciso cautela.
Histórico recente:
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IPCA+2040 e IPCA+2050 estão entre as 10% melhores taxas históricas dos últimos 12 meses.
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IPCA+2035 já chegou a oferecer 7,87%, o que mostra o potencial dessas oportunidades no longo prazo.
Se o seu objetivo é acumular patrimônio e você pode esperar 10, 15 ou 20 anos, essas taxas oferecem um excelente ponto de entrada.
Lembre-se: juros compostos só mostram sua força com o tempo. A rentabilidade real acontece para quem respeita o vencimento do título.
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