Nos últimos meses, investidores têm se deparado com taxas atrativas nos investimentos de renda fixa, especialmente em ativos atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+ e CDBs bancários. No entanto, uma dúvida tem sido comum: afinal, qual opção realmente vale a pena?
Por que as taxas estão tão altas?
O cenário atual de taxas elevadas não é resultado apenas da alta da taxa Selic, mas principalmente da chamada “curva de juros futuros”. Em outras palavras, o mercado já antecipa que os juros continuarão elevados no futuro próximo, elevando também as taxas oferecidas pelos investimentos.
Em janeiro de 2024, a expectativa era de uma redução dos juros, mas hoje, o mercado projeta uma Selic alta por mais tempo. Isso explica por que títulos do Tesouro estão pagando IPCA mais 7,85% ao ano, enquanto certos CDBs chegam até IPCA mais 10,9%.
Diferenças Cruciais entre Tesouro IPCA+ e CDB IPCA+
Existem dois mercados principais na renda fixa: primário e secundário. O mercado primário é onde ativos são emitidos diretamente pelas instituições financeiras. O mercado secundário envolve a negociação desses títulos entre investidores.
Um exemplo prático: um CDB emitido há 12 meses por um banco, inicialmente com IPCA+6%, pode oferecer rentabilidade maior hoje se o banco tiver problemas financeiros ou se houver aumento nos juros futuros. Esse é exatamente o caso atual de alguns CDBs encontrados no mercado secundário pagando IPCA+10,9%.
Analisando o Risco: Tesouro vs CDB
Uma diferença importante entre o Tesouro IPCA+ e um CDB IPCA+ está no emissor:
- Tesouro IPCA+: Emitido pelo Governo Federal, que nunca deu calote interno. É considerado um investimento seguro e de baixo risco.
- CDB IPCA+: Emitido por bancos privados e protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$250 mil. Embora seguro, possui risco mais elevado que o Tesouro, especialmente em bancos menores.
Rentabilidade e Prazo: Como Avaliar Corretamente?
A rentabilidade mais alta oferecida por alguns CDBs pode ser atraente, mas é essencial entender o contexto. Por exemplo, um CDB que vence em menos de dois anos, oferecendo IPCA+10,9%, reflete um risco maior ou uma necessidade urgente do vendedor por liquidez.
Por outro lado, títulos públicos com vencimento em 2029 garantem uma rentabilidade estável e de longo prazo. Se a inflação média estiver em torno de 5%, por exemplo, o Tesouro IPCA+ renderá cerca de 12,9% ao ano, enquanto o CDB chegaria a 15,91%. Porém, essa rentabilidade adicional está atrelada a um risco maior e prazo reduzido.
Como Escolher o Melhor Investimento?
A decisão ideal passa por entender claramente seus objetivos e seu perfil de risco:
- Segurança Máxima: Opte pelo Tesouro IPCA+.
- Rentabilidade Superior com Algum Risco: Considere o CDB IPCA+, desde que dentro da cobertura do FGC e que atenda critérios de solidez financeira do banco emissor.
Especialistas recomendam utilizar uma estratégia conhecida como “escada de vencimentos”, investindo em ativos com diferentes prazos, garantindo assim liquidez constante e reinvestimentos periódicos.
Tanto o Tesouro IPCA+ quanto o CDB IPCA+ são boas opções em momentos de taxas elevadas, mas escolher entre eles depende diretamente da sua tolerância a risco, prazo de investimento e necessidade de liquidez.
Quer aprofundar ainda mais suas escolhas financeiras? Considere consultar especialistas financeiros que podem analisar seu perfil e sugerir estratégias personalizadas, garantindo que você invista com segurança e máxima rentabilidade.
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