A Petrobras anunciou uma nova redução no preço do diesel vendido às distribuidoras. A partir de amanhã, 1º de abril, o litro do combustível passará a custar R$ 3,55 — uma queda de R$ 0,17 em relação ao valor anterior. A medida, confirmada pela presidente da estatal, Magda Chambriard, representa uma redução de 4,6% no preço atual e reforça a sequência de cortes aplicada nos últimos meses.
Redução do diesel: o que muda a partir de agora?
A queda anunciada impacta diretamente o preço de referência para o diesel A, que é comercializado pelas refinarias da Petrobras. Com a nova redução, o preço médio por litro para as distribuidoras recua de R$ 3,72 para R$ 3,55.
Essa mudança, somada ao corte de R$ 0,22 promovido no mês passado, sinaliza uma estratégia da Petrobras de acompanhar o movimento de queda nos preços internacionais do petróleo e seus derivados, além de buscar mitigar os efeitos da inflação nos custos logísticos e no bolso do consumidor.
“Estamos acompanhando o cenário global, e as revisões mensais são importantes para dar mais previsibilidade ao mercado,” destacou a presidente da companhia, Magda Chambriard.
Por que a Petrobras está reduzindo o preço do diesel?
A decisão da estatal está atrelada a três fatores principais:
- Queda nas cotações internacionais do petróleo tipo Brent, que têm oscilado entre US$ 82 e US$ 85 o barril, abaixo dos picos observados em 2023.
- Apreciação do real frente ao dólar, o que reduz o custo das importações de combustíveis.
- Adoção de uma nova política de preços, que busca alinhar o mercado interno à paridade internacional, mas com maior flexibilidade e previsibilidade.
Essa política, implementada em 2023, substituiu o antigo modelo de Preço de Paridade de Importação (PPI), permitindo que a Petrobras utilize diferentes referências de mercado, além de considerar custos internos e margens competitivas.
Efeitos práticos da redução no diesel
Fretes e logística mais baratos
O diesel é o principal combustível utilizado no transporte rodoviário de cargas e de passageiros no Brasil. Com a redução no preço nas refinarias, espera-se que os custos de frete possam ser aliviados, ainda que de forma gradual.
Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o combustível representa cerca de 40% dos custos operacionais do transporte de cargas. Qualquer redução significativa pode trazer impacto positivo para a cadeia logística e, consequentemente, para os preços dos produtos ao consumidor final.
Potencial de impacto na inflação
Com o diesel mais barato, há uma expectativa de que o índice de preços ao consumidor (IPCA) possa sentir reflexos positivos nos próximos meses, especialmente em itens ligados ao transporte e à cadeia de abastecimento. Em um cenário de juros ainda elevados, esse fator pode auxiliar o Banco Central na condução da política monetária.
Querosene de aviação também terá nova queda
Além do diesel, a Petrobras também anunciou redução no preço do querosene de aviação (QAV), que, assim como o diesel, passa por reajustes mensais. Essa medida é relevante para companhias aéreas, que enfrentam desafios com os altos custos operacionais. A nova tabela de preços entra em vigor já nesta segunda-feira.
O que esperar nos postos de combustíveis?
Embora o reajuste seja aplicado no preço de venda às distribuidoras, ele nem sempre é repassado de forma imediata ao consumidor final nos postos. Isso ocorre porque outros fatores — como margens de lucro, tributos estaduais e municipais, além da logística de distribuição — influenciam no preço final da bomba.
Ainda assim, segundo analistas do setor, há espaço para uma queda de R$ 0,10 a R$ 0,15 por litro para o consumidor final nas próximas semanas, especialmente se o movimento de cortes se mantiver em abril.
Repercussão no mercado
A medida foi bem recebida por setores ligados à indústria, agronegócio e transporte. Para economistas, a redução pontual nos combustíveis ajuda a manter o controle da inflação e pode ter reflexos indiretos na atividade econômica, já que libera renda disponível para famílias e empresas.
Por outro lado, há quem questione até onde a Petrobras pode sustentar cortes contínuos sem comprometer suas margens operacionais, especialmente diante de um cenário internacional volátil e com tensões geopolíticas que ainda influenciam o preço do barril de petróleo.
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