Petrobras projeta dividendos de até 10% mesmo com queda do petróleo Brent

A queda do petróleo Brent para a faixa dos US$ 65 por barril neste 21 de abril de 2025, feriado de Tiradentes no Brasil, reacende o debate sobre o impacto direto nos dividendos da Petrobras (PETR4). Por volta das 14h, o barril era negociado a US$ 66,36 em Nova York, após atingir mínima de US$ 65,70 no dia. Esse movimento refletiu-se nas ações da estatal brasileira, que recuaram cerca de 1,9%, acompanhando o tombo do mercado internacional.

Diante desse cenário, analistas alertam: com o Brent sustentado entre US$ 60 e US$ 70, o potencial de dividendos extraordinários da Petrobras pode ser comprometido. No entanto, o dividend yield permanece competitivo, como demonstram projeções atualizadas de diferentes casas de análise.

O que esperar dos dividendos da Petrobras em 2025?

Segundo análise da Empiricus Research, com o Brent acima de US$ 70 no início de 2025, a expectativa inicial era de um dividend yield robusto de 13%, considerando apenas os dividendos ordinários. Mas, com a recente queda do petróleo para a faixa dos US$ 65, essa projeção foi revisada para 8%, refletindo um cenário mais conservador.

A principal variável, nesse caso, é o preço médio anual do Brent. Caso o barril permaneça próximo dos US$ 65 até o fim do ano, os dividendos extraordinários deixam de ser uma possibilidade real, explica um analista da Merque Capital. Segundo ele, nessa faixa de preço, o fluxo de caixa livre da Petrobras não atingiria o patamar necessário para liberar distribuições adicionais aos acionistas.

“Se o Brent se mantiver em US$ 65, a Petrobras deve pagar apenas os dividendos ordinários, ainda que isso implique em aumento da dívida líquida”, ressalta o especialista.

Contudo, um eventual retorno do Brent para US$ 75 até dezembro poderia reabrir espaço para dividendos extraordinários. Mas esse cenário, no momento, é visto como improvável, dado o aumento da produção pela OPEP+ e o crescimento global mais contido.

Petrobras mantém força operacional mesmo com petróleo em queda

Apesar das pressões externas, a Petrobras segue demonstrando resiliência. O custo de extração da companhia, de apenas US$ 6 por barril, é um diferencial estratégico, segundo a VG Research. Além disso, a estatal possui uma alavancagem controlada, com relação dívida líquida/Ebitda de 1,3 vez, mantendo uma posição financeira robusta mesmo em tempos desafiadores.

Outro ponto relevante é que, mesmo com o Brent entre US$ 60 e US$ 70, a Petrobras continua entregando bons resultados operacionais, segundo avaliação da Ativa Investimentos. Isso garante que o pagamento de dividendos regulares permaneça em níveis atrativos.

Simulação de dividend yield: quanto esperar em 2025?

Utilizando um modelo baseado no fluxo de caixa livre, capex e payout de 45%, a projeção atual para o dividend yield da Petrobras, com o Brent a US$ 65 e dólar médio de R$ 5,70, aponta para um dividendo bruto de R$ 3,28 por ação em 2025, resultando em um dividend yield bruto de 10,64%. Após o desconto de 5% de imposto de renda, o yield líquido estimado fica em torno de 10,11%.

Esse retorno poderia subir para 10,32% caso a cotação das ações PETR4 caia para R$ 30,23, demonstrando que o preço das ações influencia diretamente na atratividade do dividendo para o investidor.

Cenários alternativos para o dividend yield

Preço Médio do Brent (US$) Dividendo por Ação (R$) Dividend Yield Líquido
65 3,12 10,11%
60 2,65 8,5%
52 1,90 6,13%

Essas projeções consideram uma cotação média das ações PETR4 em R$ 30,85.

Datas importantes para o investidor

A Petrobras deve divulgar seus resultados do primeiro trimestre de 2025 no próximo dia 12 de maio. Nessa data, espera-se também o anúncio dos dividendos referentes ao período. A “data com” — última data para ter direito ao recebimento dos dividendos — deve ocorrer em junho, com o pagamento dividido em duas parcelas, em agosto e setembro, seguindo o padrão da companhia.

Considerações finais

Mesmo com a volatilidade do petróleo Brent, a Petrobras continua sendo uma das maiores pagadoras de dividendos do mercado brasileiro. O atual cenário projeta dividend yields entre 6% e 10%, dependendo da cotação do Brent ao longo de 2025. Ainda que o espaço para dividendos extraordinários esteja mais restrito, os dividendos ordinários permanecem sólidos, sustentados pela eficiência operacional e pelo baixo custo de produção da estatal.

Para investidores focados em renda, a Petrobras segue atrativa — especialmente em um cenário de Brent estabilizado ou em leve recuperação.

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