A Petrobras surpreendeu o mercado ao anunciar um pagamento de dividendos de R$ 9,1 bilhões, mesmo após a divulgação de um prejuízo bilionário no quarto trimestre de 2024. A decisão levanta questionamentos sobre o impacto dos resultados financeiros da companhia e o futuro da PETR4. Entenda os desdobramentos desse cenário e como ele afeta investidores e a economia.
Resultados Financeiros: O Impacto do Prejuízo Bilionário
A Petrobras registrou um prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo os lucros apresentados nos trimestres anteriores. Os principais fatores que contribuíram para esse resultado foram:
- Variação cambial: A desvalorização do real impactou os custos operacionais e a dívida da empresa, dolarizada em grande parte.
- Queda no preço do petróleo: A desvalorização do barril do Brent e do diesel reduziu as margens da companhia.
- Transações tributárias: Ajustes contábeis e pagamentos de passivos tributários somaram R$ 2,7 bilhões ao prejuízo.
Apesar desses desafios, a Petrobras manteve sua geração de caixa operacional em US$ 38 bilhões, reforçando sua capacidade de investimentos e distribuição de dividendos.
Distribuição de Dividendos: O Que os Acionistas Podem Esperar?
Mesmo com os resultados negativos, a Petrobras anunciou o pagamento de dividendos de R$ 9,1 bilhões, o que corresponde a R$ 0,71 por ação (PETR3 e PETR4). O pagamento será feito em duas parcelas:
- Primeira parcela: 20 de maio de 2025
- Segunda parcela: 20 de junho de 2025
A rentabilidade estimada para os acionistas da PETR4 é de 0,93% por parcela, enquanto para PETR3 é de 0,85%. Esse percentual, embora significativo, gera dúvidas sobre a sustentabilidade da política de dividendos da estatal diante da atual conjuntura econômica.
Política de Dividendos: Segurança ou Risco para o Investidor?
A Petrobras segue uma política de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre para os acionistas. Em 2024, a empresa distribuiu R$ 75,8 bilhões, sendo R$ 73,9 bilhões diretamente em dividendos e juros sobre capital próprio. No entanto, a instabilidade financeira levanta dúvidas sobre a continuidade desse modelo.
As principais preocupações incluem:
- Alta volatilidade dos lucros: A flutuação dos resultados pode comprometer pagamentos futuros.
- Endividamento crescente: A dívida líquida da Petrobras subiu para R$ 52,2 bilhões, o maior valor desde 2008.
- Interferência governamental: Políticas públicas podem impactar a estratégia da empresa, reduzindo a previsibilidade para investidores.
PETR3 ou PETR4: Qual Ação Escolher?
Para investidores, surge a dúvida: vale mais a pena investir na PETR3 ou na PETR4?
- PETR3 (ordinária): Direito a voto nas decisões corporativas, mas menor liquidez no mercado.
- PETR4 (preferencial): Maior liquidez e prioridade no pagamento de dividendos.
A preferência atual dos analistas é para PETR4, devido à sua liquidez e rentabilidade superior no pagamento de dividendos.
Análise de Mercado: O Que Esperar das Ações da Petrobras?
As projeções para 2025 indicam um possível crescimento no preço das ações da Petrobras:
- BTG Pactual: Preço-alvo de R$ 58, com potencial de alta de 57,48%.
- Santander: Estima PETR4 a R$ 51 até o final de 2025.
- Genial Investimentos: Recomenda “manter” PETR4, com preço-alvo de R$ 48.
Apesar dessas previsões otimistas, analistas destacam o risco de interferência governamental na companhia como um fator de incerteza.
Vale a Pena Investir na Petrobras Agora?
A Petrobras enfrenta um cenário desafiador, com prejuízos expressivos e dúvidas sobre a sustentabilidade dos dividendos. No entanto, a empresa segue sendo uma das maiores geradoras de caixa do setor e continua atraindo investidores pelo seu dividend yield competitivo.
Para quem busca dividendos recorrentes, PETR4 continua sendo uma boa opção. No entanto, a volatilidade dos resultados exige atenção e estratégias de gestão de risco.
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