A Petrobras (PETR4) volta ao centro das atenções no mercado financeiro com a expectativa de distribuição de dividendos bilionários no primeiro trimestre de 2025. Segundo estimativas do Bradesco BBI, a estatal pode pagar US$ 2,3 bilhões (aproximadamente R$ 13 bilhões), superando o valor inicialmente anunciado após os resultados de 2024. Além disso, há dois proventos já em aberto e uma tradição de distribuição tripla de dividendos nos primeiros trimestres dos últimos anos.
A ação PETR4, mesmo com queda no lucro em 2024 e prejuízo no último trimestre, é considerada descontada em relação ao seu preço justo — com margem de segurança elevada segundo os fundamentos do value investing.
Queda no lucro e impacto contábil no 4º trimestre
Em 2024, a Petrobras registrou uma forte queda no lucro líquido, com destaque para o prejuízo contábil de R$ 17 bilhões no 4º trimestre. Segundo a empresa, o resultado foi influenciado por efeitos não recorrentes como desvalorização cambial e provisões contábeis, sem impacto direto no caixa. Excluindo esses efeitos, o lucro ajustado teria sido de R$ 18 bilhões no período.
O LPA (Lucro por Ação) caiu para R$ 2,81 em 2024, mas analistas já projetam recuperação em 2025, com expectativa de LPA em R$ 8,70 — mais do que o triplo do valor atual.
PETR4 está abaixo do preço justo?
Usando a fórmula de Benjamin Graham, o preço justo de PETR4, considerando LPA de R$ 8,70 e VPA de R$ 28, seria de aproximadamente R$ 74. Mesmo com uma projeção mais conservadora (LPA de R$ 3,80), o preço justo se manteria acima de R$ 44. Hoje, PETR4 negocia por menos de R$ 37, o que representa uma margem de segurança superior a 15%.
Essa subvalorização atrai investidores que buscam oportunidades com base no “value investing”, com expectativa de valorização da ação e recebimento robusto de dividendos.
Dividendos em aberto e projeção para o 1º trimestre de 2025
Atualmente, a Petrobras possui dois dividendos em aberto no valor de R$ 0,35 cada, com data com em 16/04 e pagamento previsto para os meses seguintes. Além disso, analistas do Bradesco estimam um novo provento de R$ 1,10 por ação ainda neste trimestre, podendo somar R$ 1,71 por ação em 2025 apenas com proventos recorrentes.
Histórico de “provento triplo” reforça expectativa
Nos anos de 2022, 2023 e 2024, a Petrobras distribuiu três proventos no primeiro trimestre. Com base nesse padrão histórico, o mercado espera uma nova rodada tripla em 2025, reforçando a imagem da empresa como “máquina de dividendos”.
Dividendos extraordinários: R$ 11 bilhões podem ser liberados
O Bradesco BBI também projeta a possibilidade de dividendos extraordinários no valor de R$ 11,4 bilhões (cerca de R$ 0,88 por ação), o que elevaria o dividend yield total para até 16% no ano, caso o pagamento se concretize.
Além do impacto financeiro, esse pagamento serviria para tranquilizar o mercado após o “choque” do anúncio do 4º trimestre de 2024, que veio abaixo das expectativas.
PETR4: preço teto projetado e dividend yield
Levando em conta o dividend yield desejado de 10% e o dividendo projetado de R$ 4,19 em 2025 (sem extraordinários), o preço teto para PETR4 seria de R$ 42 — ainda acima da cotação atual. Com o yield projetado de 11,4% e proventos totais (incluindo os R$ 0,70 em aberto e os extraordinários), o retorno poderia superar R$ 6,77 por ação.
Em termos práticos, um investidor que comprar a ação hoje poderia receber até R$ 6,77 em dividendos nos próximos 12 meses — um retorno potencial de quase 16% sem considerar valorização da ação.
Mudança de visão dos investidores estrangeiros
Relatórios apontam que investidores estrangeiros passaram a observar os dividendos da Petrobras de forma mais atenta trimestre a trimestre, e não apenas com base na projeção anual. Isso pode aumentar a pressão por uma política de dividendos mais estável e previsível — e contribuir para maior valorização das ações.
Datas importantes
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16/04/2025: Data com para os dois proventos de R$ 0,35 cada
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12/05/2025: Divulgação dos resultados do 1º trimestre
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13/05/2025: Teleconferência e possível anúncio de novos dividendos
PETR4 vale a pena?
Apesar da volatilidade recente e do risco político envolvendo empresas estatais, Petrobras mostra fundamentos sólidos para quem busca renda passiva via dividendos. Com potencial de yield acima de 10% e ações negociadas abaixo do preço justo, o papel atrai tanto investidores de longo prazo quanto aqueles focados em retorno trimestral.
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