Nesta quinta-feira (24), a Petrobras anunciou uma parceria estratégica com a Vale para abastecer um navio afretado pela mineradora com um combustível revolucionário, misturado com óleo de cozinha usado. A iniciativa marca um avanço significativo nas ações sustentáveis das duas empresas brasileiras, com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no transporte marítimo.
Como funciona o combustível VLS D24?
O combustível utilizado é chamado Very Low Sulfur D24 (VLS D24), ou “muito baixo teor de enxofre” em tradução livre. Este produto inovador contém 24% de biodiesel obtido a partir do processamento de óleo de cozinha usado, e 76% de óleo combustível fóssil produzido pela Petrobras em suas refinarias.
Este abastecimento foi realizado em Singapura, pela Petrobras Singapore, subsidiária da estatal brasileira no país asiático. O navio escolhido para o teste foi o graneleiro Luise Odendorf, operado pela Oldendorff Carriers, contratada pela Vale para transporte de minério.
Compromisso com a sustentabilidade
A utilização do VLS D24 está diretamente alinhada aos esforços globais de redução das emissões de carbono. Segundo o comunicado das empresas, a mistura renovável permite reduzir consideravelmente as emissões de CO₂ em comparação aos combustíveis marítimos convencionais.
A iniciativa também está inserida nas diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO), que prevê zerar as emissões do setor até 2050, no chamado acordo “net zero”. O Brasil, membro ativo dessa organização, deve ratificar oficialmente o acordo ainda em 2027.
Parceria estratégica com visão Global
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a empresa busca constantemente desenvolver combustíveis mais sustentáveis, reforçando a estratégia global de descarbonização. “Nosso compromisso é entregar ao mercado produtos mais verdes, criando soluções energéticas inovadoras e sustentáveis”, afirmou Chambriard.
Gustavo Pimenta, CEO da Vale, ressaltou que a companhia avalia continuamente diversas alternativas para reduzir emissões de carbono. A parceria com a Petrobras é vista como estratégica para testar soluções multicombustíveis, essenciais para o futuro do transporte marítimo. “Queremos reduzir significativamente nossas emissões até 2030, e esta iniciativa representa um passo concreto nessa direção”, declarou.
Histórico de sucesso e próximos passos
Essa não é a primeira experiência da Petrobras com combustíveis inovadores na Ásia. Em fevereiro deste ano, a estatal realizou um abastecimento similar no navio André Rebouças, da Transpetro, também em Singapura, obtendo resultados promissores.
A parceria entre Petrobras e Vale representa um passo significativo para ambas as empresas rumo a uma economia mais sustentável. Com o sucesso destes testes, as empresas pretendem ampliar a utilização do combustível renovável, apoiando a meta de redução das emissões globais e contribuindo para um futuro mais limpo e sustentável.
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