A percepção dos brasileiros sobre a economia nacional registrou uma piora significativa nos últimos meses, segundo pesquisa recente que avaliou a opinião pública sobre três pilares fundamentais: mercado de trabalho, renda familiar e economia de forma geral.
De acordo com os dados, 55% dos entrevistados consideram que a situação econômica do Brasil é ruim, um salto negativo de seis pontos percentuais em comparação ao levantamento anterior. Apenas 30% avaliam a economia como boa, enquanto 15% a classificam como normal.
Esse resultado evidencia uma deterioração no sentimento popular sobre o cenário econômico, mesmo diante de alguns indicadores macroeconômicos positivos, como a redução da inflação e a queda da taxa básica de juros. O dado mais alarmante, no entanto, está na comparação com avaliações anteriores: houve uma queda de 25 pontos percentuais no índice de otimismo registrado anteriormente, o que pode refletir frustrações com promessas não cumpridas ou a percepção de estagnação.
Mercado de trabalho em baixa
O pessimismo também se estende ao mercado de trabalho, que foi avaliado negativamente por 44% dos brasileiros. Esse percentual representa um aumento de seis pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Por outro lado, apenas 38% disseram ver a situação como boa, e 18% consideram o cenário como normal.
O aumento do pessimismo pode estar ligado ao crescimento do trabalho informal, à dificuldade de inserção no mercado formal e à percepção de que, mesmo com o avanço do PIB, a geração de empregos de qualidade segue limitada.
Renda familiar ainda divide opiniões
Já em relação à renda familiar, o cenário é ligeiramente mais equilibrado. 36% dos entrevistados avaliam sua renda como boa, enquanto 27% a consideram ruim. A maior parte, no entanto, se encontra em uma zona intermediária ou com percepções neutras. Mesmo assim, houve uma leve piora de um ponto percentual em relação à última pesquisa, sinalizando estagnação ou perda do poder de compra da população.
Sinais de alerta para o governo
Esses dados servem como alerta para o governo federal, que enfrenta o desafio de equilibrar a condução da política econômica com a necessidade de melhorar a percepção da população sobre seus efeitos reais. Embora indicadores fiscais e de inflação estejam sob controle, a realidade sentida no bolso da população brasileira segue pressionada, sobretudo pelas altas taxas de endividamento e o custo de vida elevado nas principais capitais.
Além disso, a queda na percepção positiva da economia pode ter reflexos políticos, especialmente em um momento em que se discute a nova política fiscal, possíveis mudanças no imposto de renda e medidas para estimular o consumo e o emprego.
O post Percepção negativa da economia brasileira sobe para 55%, mostra pesquisa apareceu primeiro em O Petróleo.