O erro que faz investidores perderem dinheiro com Tesouro Direto sem perceber

Para muitos investidores, o Tesouro Direto é sinônimo de segurança. Afinal, ao emprestar dinheiro para o governo federal em troca de juros, a expectativa é de retorno garantido. No entanto, mesmo esse investimento considerado “livre de risco” pode esconder armadilhas capazes de comprometer sua rentabilidade. O problema? Muitos caem nessas ciladas sem sequer perceber.

Neste artigo, vamos destrinchar como funcionam os títulos públicos, o Tesouro Direto e o mercado secundário, revelando os pontos onde você pode estar perdendo dinheiro sem saber.

Como funcionam os títulos públicos?

Os títulos públicos são instrumentos que o governo federal utiliza para captar recursos, oferecendo em troca uma promessa de pagamento futuro acrescido de juros. Eles financiam projetos como construção de hospitais ou infraestrutura, e o governo garante o pagamento por ter como última alternativa até imprimir moeda, se necessário. Isso torna o calote praticamente impossível.

No Tesouro Direto, plataforma criada em 2002 para democratizar o acesso a esses títulos, pessoas físicas podem investir diretamente em valores acessíveis, a partir de R$ 30. Mas nem todo mundo sabe que existem dois ambientes de negociação para esses papéis: o mercado primário (onde os títulos são comprados diretamente do governo) e o mercado secundário (onde investidores negociam entre si).

Essa distinção é crucial.

Tesouro direto x títulos públicos no mercado secundário

Embora pareçam iguais, os títulos negociados no Tesouro Direto e os títulos públicos ofertados pelas corretoras têm diferenças que impactam diretamente sua rentabilidade. A plataforma do Tesouro Direto oferece acesso ao mercado primário, onde os papéis são adquiridos diretamente do governo, enquanto o ambiente de “títulos públicos” nas corretoras refere-se ao mercado secundário — uma negociação entre investidores.

Quando você compra pelo Tesouro Direto, está colocando seu dinheiro diretamente no caixa do governo. Já no mercado secundário, você compra o título de outro investidor, e a corretora atua como intermediária. É nesse processo que surgem custos invisíveis.

Diferenças-Chave:

  • Taxa de Custódia: No Tesouro Direto, há uma taxa de 0,2% ao ano, cobrada pela B3. Já nos títulos públicos adquiridos via corretoras, essa taxa pode ser isenta, mas há spreads embutidos (diferença entre o preço de compra e venda), que podem reduzir sua rentabilidade de forma mais significativa.

  • Rentabilidade: Os títulos no mercado secundário podem oferecer taxas menores do que as disponíveis no Tesouro Direto. Por exemplo, um Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2035 pode render IPCA + 7,62% no Tesouro Direto, mas IPCA + 7,14% no mercado secundário — diferença que, no longo prazo, corrói parte do retorno.

  • Aporte mínimo: No Tesouro Direto, você pode investir a partir de 1% do valor do título (entre R$ 30 e R$ 60). Já no mercado secundário, você precisa adquirir o título inteiro, cujo valor pode chegar a R$ 10 mil ou mais.

  • Público-alvo: O Tesouro Direto é exclusivo para pessoas físicas, enquanto o mercado secundário atende também pessoas jurídicas, com limites de aporte mais elevados.

Onde está o risco de perder dinheiro?

A principal armadilha ocorre quando o investidor compra títulos públicos no mercado secundário, acreditando que está fazendo um bom negócio, mas acaba aceitando uma rentabilidade inferior e pagando spreads sem perceber. Isso geralmente acontece porque muitos assessores de investimento, remunerados por comissão, incentivam essa prática, já que o Tesouro Direto não gera comissões.

Assim, sem saber, o investidor deixa parte dos rendimentos na mão da corretora ou do assessor, o que no longo prazo pode representar milhares de reais perdidos.

Como escolher os melhores títulos?

Além de optar pelo canal correto, é fundamental saber diversificar sua carteira de renda fixa. A estratégia mais eficiente é a construção de uma escada de vencimentos: você distribui seus investimentos em títulos com diferentes prazos, garantindo liquidez periódica para reinvestir em taxas mais atrativas.

Diversificar entre títulos prefixados, pós-fixados (Tesouro Selic) e atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) é a melhor forma de proteger sua carteira em qualquer cenário econômico. Se a inflação ou os juros subirem, parte da sua carteira estará blindada; se caírem, os títulos prefixados manterão uma taxa atrativa.

 Fique atento às armadilhas

Mesmo os investimentos mais seguros, como os títulos públicos, exigem atenção. Entender a diferença entre o Tesouro Direto e o mercado secundário pode ser o divisor de águas entre maximizar sua rentabilidade ou perder dinheiro silenciosamente.

Antes de fazer seu próximo aporte, avalie onde e como você está comprando seus títulos. E, se tiver dúvidas, busque uma consultoria independente, que não dependa de comissões para recomendar os melhores produtos — eliminando o conflito de interesses.

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