Não declarou o IR? Veja o que acontece e como evitar multas da Receita

Quando o assunto é Imposto de Renda, o medo muitas vezes fala mais alto que a informação. E não é para menos: ser chamado pela Receita Federal pode parecer cena de filme — mas é mais comum (e real) do que você imagina.

Foi exatamente isso que aconteceu com Natália, uma jovem jornalista que, anos atrás, descobriu da pior forma possível que o Leão não dorme. Sem nunca ter sido orientada sobre suas obrigações fiscais, ela foi surpreendida por uma notificação oficial e uma multa pesada. O erro? Não declarar rendas extras, mesmo quando o valor parecia pequeno.

Essa história é um retrato do que milhares de brasileiros vivem todos os anos — especialmente agora, quando metade dos contribuintes ainda não enviou sua declaração e o prazo final já se aproxima.

Quem precisa declarar? E o que acontece se não declarar?

Muita gente ainda acredita que só deve declarar o Imposto de Renda quem é rico. Esse é um dos maiores equívocos. Em 2025, quem recebeu mais de R$ 30.639,90 em rendimentos tributáveis no ano anterior já está obrigado a declarar. Isso inclui salários, aluguéis, pensões, rendimentos como autônomo e até prêmios de loteria.

E o que acontece se você estiver obrigado a declarar e não o fizer? A Receita impõe uma multa mínima de R$ 165,74, que pode chegar a 20% do imposto devido, com correção pela taxa Selic. Além disso, o CPF do contribuinte pode ser bloqueado, impedindo desde a abertura de contas até a realização de investimentos e movimentações via PIX.

“Era só uma renda extra”: o erro que virou pesadelo

A história de Natália escancara um problema comum: a falta de educação fiscal. Ainda jovem, ela conciliava o estágio em uma emissora com trabalhos extras em outra empresa. Recebia valores em sua conta, mas como ninguém a orientou, achou que não precisava fazer nada.

O erro passou despercebido por anos — até que a Receita cruzou as informações: enquanto a empresa declarava os pagamentos feitos, Natália nunca os incluiu no seu Imposto de Renda. Resultado? Uma multa de cerca de R$ 3 mil, justamente quando ela tentava juntar dinheiro para comprar seu primeiro apartamento.

Receita cruza dados — e não avisa

Ao contrário do que muitos pensam, a Receita Federal não precisa te notificar previamente. Com o avanço da tecnologia, ela cruza automaticamente dados de empresas, bancos, corretoras, cartórios e até plataformas de criptomoedas. Em muitos casos, o contribuinte só descobre o problema quando tenta regularizar algo e percebe o CPF bloqueado.

E o mais surpreendente: não declarar pode parecer mais seguro do que declarar errado, mas ambos os caminhos levam à malha fina. A Receita sabe o que você recebe. O sistema pré-preenchido do e-CAC já traz muitas informações automaticamente — só que cabe ao contribuinte verificar e corrigir.

“Mas nunca declarei. O que faço agora?”

É comum ouvir histórias de quem está há anos sem declarar. Nesse caso, o mais sensato é regularizar a situação. A Receita pode cobrar valores retroativos de até cinco anos. Isso significa que, mesmo que o contribuinte esteja “voando abaixo do radar”, a cobrança pode chegar a qualquer momento — com multas e juros acumulados.

O caminho é procurar um contador de confiança, retificar as declarações atrasadas e pagar os impostos devidos. Melhor resolver do que ser pego de surpresa, como Natália.

Por que a Receita não torna tudo automático?

Essa é uma pergunta que muitos contribuintes fazem. Se a Receita já tem os dados, por que não calcula o imposto automaticamente?

A verdade é que o sistema ainda carece de padronização, especialmente nos informes de rendimentos de bancos, corretoras e exchanges de criptomoedas. Além disso, a legislação varia conforme o tipo de renda: salário, autônomo, ganho de capital, dividendos, aplicações financeiras… tudo tem regra própria.

Mesmo com o avanço do sistema pré-preenchido, a responsabilidade final ainda é do contribuinte. E isso não vai mudar tão cedo.

O peso do imposto vai além do salário

Outro ponto levantado no episódio é a carga tributária indireta. O Imposto de Renda é só a ponta do iceberg. Pagamos impostos em praticamente tudo: produtos, serviços, remédios e até anticoncepcionais — onde cerca de 30% do valor pode ir para o governo.

Por isso, a discussão sobre a correção da tabela do IR é tão relevante. Sem a correção pela inflação, mais pessoas são puxadas para a obrigatoriedade de declarar, mesmo sem aumento real de renda.

 Educação fiscal é proteção financeira

A história de Natália é um alerta valioso: ninguém está imune à fiscalização. A Receita Federal é, de longe, um dos órgãos mais eficientes do governo, e falhas como a dela ainda são comuns — especialmente entre jovens e trabalhadores informais.

Mais do que cumprir obrigações, entender o funcionamento do Imposto de Renda é uma forma de proteger seu patrimônio, sua liberdade financeira e seus sonhos. Afinal, ser surpreendido pelo Leão pode custar caro — ou atrasar aquele apartamento à vista por muitos meses.

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