O Fundo Imobiliário KORE11 vem enfrentando uma volatilidade significativa, com sua cota oscilando frequentemente entre R$ 70 e R$ 83. Atualmente, o valor segue pressionado e não dá sinais de recuperação firme. O principal motivo? O fim iminente da Renda Mínima Garantida (RMG).
Por que o mercado está precificando uma queda nas distribuições do KORE11?
O fundo imobiliário KORE11 atualmente distribui rendimentos mensais de R$ 1,25 por cota, atraindo muitos investidores pela alta rentabilidade aparente. No entanto, o mercado já precificou uma redução significativa deste valor, que deverá cair para cerca de R$ 0,60 por cota a partir do próximo ano, quando a RMG chegar ao fim.
Esta expectativa negativa explica o desconto expressivo do valor da cota em relação ao seu valor patrimonial, deixando muitos investidores apreensivos.
Cenário atual e os desafios com a vacância
Recentemente, o fundo conseguiu fechar um contrato relevante que contribuiu para reduzir um pouco a vacância, atualmente na casa dos 11%. Contudo, o desafio permanece, especialmente nos ativos localizados em São Paulo. Dos quatro imóveis principais que compõem o portfólio do KORE11, três estão situados em locais considerados secundários na cidade paulista, sofrendo mais para atrair e manter inquilinos.
Em contrapartida, o ativo localizado no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, representa a maior parcela da área bruta locável (ABL) do fundo (23 mil m²) e destaca-se por sua localização privilegiada, trazendo equilíbrio ao portfólio.
Composição e desempenho financeiro do KORE11
Atualmente, o KORE11 possui cerca de 50 inquilinos distribuídos em quatro prédios comerciais, três deles em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A carteira do fundo é diversificada e apresenta boa qualidade creditícia. Entretanto, o prazo médio dos contratos é relativamente curto, de aproximadamente três anos.
O fundo também conta com uma robusta posição de caixa, totalizando aproximadamente R$ 400 milhões, garantindo segurança financeira até pelo menos o final de 2025, quando vence uma importante parcela da dívida existente.
Nos últimos relatórios financeiros, observou-se uma receita recorrente suficiente para cobrir a atual distribuição de R$ 1,25 por cota, inclusive permitindo reforçar reservas. Contudo, a maior parte dessa receita financeira vem justamente do expressivo saldo em caixa que, em breve, deve ser reduzido consideravelmente.
Perspectivas e futuro do fundo após a RMG
A grande dúvida dos investidores é sobre como ficará o fundo após o término da RMG. Com uma redução inevitável nos rendimentos mensais, o KORE11 terá de enfrentar o desafio de melhorar significativamente sua ocupação para compensar esta queda.
O mercado imobiliário paulistano vem demonstrando uma recuperação gradual, com vacância em queda e preços pedidos subindo lentamente, o que pode favorecer o fundo a médio prazo. No Rio de Janeiro, apesar da vacância ainda alta, há uma estabilização, indicando possíveis melhorias nos próximos anos.
Estratégia da gestora: Kinia precisa expandir?
O KORE11 é gerido pela Kinia, reconhecida principalmente por fundos de crédito. Alguns especialistas sugerem que seria benéfico para a gestora expandir sua atuação em fundos imobiliários “de tijolo”. Atualmente, além do KORE11, a Kinia administra o KNRI11, um fundo híbrido.
A ampliação para novos segmentos, como logística ou shoppings, poderia atrair mais investidores e aumentar o apelo dos fundos administrados pela gestora. Esse movimento poderia fortalecer a marca Kinia e oferecer mais opções de investimento no mercado imobiliário.
Para investidores que avaliam o KORE11, é essencial considerar a queda inevitável nos rendimentos futuros devido ao fim da RMG. Embora o desconto na cota possa parecer atraente, é necessário avaliar cuidadosamente o risco envolvido, especialmente relacionado à vacância e à futura capacidade de geração de receita.
Investidores devem estar atentos às estratégias da gestora para manter e aumentar a taxa de ocupação dos imóveis, especialmente em São Paulo, o que será decisivo para a recuperação da cota no médio e longo prazo.
O KORE11 vive um momento decisivo, com desafios significativos pela frente. A gestão proativa dos imóveis e uma estratégia eficaz para substituir a receita perdida após o fim da RMG serão fundamentais para definir o futuro do fundo e para que os investidores recuperem a confiança nas suas cotas.
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