A Klabin (KLBN4) se destaca como uma das principais empresas do setor de papel e celulose no Brasil, consolidando-se como um player altamente diversificado. Nos últimos anos, a companhia ampliou sua atuação para além da celulose, investindo fortemente em embalagens e papel-cartão. Contudo, 2024 trouxe desafios significativos para a empresa, especialmente no que diz respeito à sua alavancagem financeira e às projeções para o pagamento de dividendos.
A aquisição do projeto Ket e os investimentos no Projeto Puma 2 foram estratégicos para garantir a sustentabilidade da Klabin a longo prazo. No entanto, esses movimentos também elevaram consideravelmente sua dívida, tornando o corte de dividendos uma possibilidade real para 2025. Mas até que ponto essa redução é iminente? Quais fatores podem influenciar essa decisão?
O Papel da Alavancagem na Estratégia da Klabin
Historicamente, a Klabin manteve uma posição financeira sólida, com foco na expansão sustentável de seus ativos. Entretanto, a recente aquisição de terras para abastecimento próprio e os investimentos massivos no Projeto Puma 2 aumentaram sua alavancagem. Atualmente, a dívida líquida/EBITDA está na faixa de 5x, um nível que acende alertas entre investidores e analistas de mercado.
A Klabin, para mitigar esse cenário, anunciou o Projeto Platô, que busca monetizar parte das terras adquiridas, estabelecendo parcerias com grupos de investidores do setor de papel e celulose. Esse movimento pode ajudar a empresa a reduzir sua dívida sem comprometer seu core business.
Impacto nos Dividendos: O Que Esperar?
Um dos pontos mais sensíveis para os investidores é o pagamento de dividendos. Nos últimos anos, a Klabin manteve um payout relativamente estável, girando em torno de R$ 1,29 por ação unitária (KLBN11). Contudo, devido ao aumento da dívida e à necessidade de preservação do caixa, há forte expectativa de que os dividendos sejam reduzidos em 2025.
Caso a dívida continue pressionando a empresa, o dividend yield pode cair para patamares mais baixos, impactando diretamente acionistas que buscam retorno por meio da distribuição de lucros.
Comparativo de Margens e Dividendos ao Longo dos Anos
- 2017-2019: Margem EBITDA entre 6% e 10%, com dividendos acima de R$ 1,00 por unit.
- 2020-2023: Margem EBITDA acima de 12%, com distribuição de dividendos constantes.
- 2024: Dividendos em torno de R$ 1,29, mas com pressão crescente devido ao aumento da dívida.
- 2025 (projeção): Possível redução nos dividendos para abaixo de R$ 1,00 por unit.
Valuation e Perspectivas de Preço das Ações
Atualmente, a Klabin opera com um múltiplo Preço/Lucro de aproximadamente 12,7x, bem acima da média histórica de 6,8x. Isso indica que a empresa pode estar sobrevalorizada no curto prazo. Segundo analistas, o preço justo para a unit (KLBN11) varia entre R$ 22,00 e R$ 27,00, sugerindo um upside interessante caso a empresa consiga estabilizar sua dívida e manter margens saudáveis.
Suportes e Resistências para KLBN11
- Suporte: R$ 18,95
- Resistência: R$ 25,89
- Melhor ponto de entrada: Entre R$ 17,35 e R$ 15,15, caso a tendência de queda persista.
A Klabin é uma empresa perene, com forte capacidade de adaptação ao mercado. No entanto, investidores devem ficar atentos à dinâmica da dívida e aos impactos sobre os dividendos.
A Klabin continua sendo um player relevante no setor de papel e celulose, mas enfrenta desafios que podem impactar a distribuição de dividendos em 2025. O aumento da alavancagem é uma preocupação, mas iniciativas como o Projeto Platô podem amenizar os riscos. Para investidores, a estratégia ideal é acompanhar de perto os resultados financeiros do 1T25 e observar como a empresa gerencia sua dívida antes de tomar decisões de investimento.
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