A semana começa com expectativa elevada entre investidores, marcada por uma agenda econômica intensa nos Estados Unidos e divulgação de resultados de empresas relevantes no Brasil. Entre os destaques, o retorno do capital estrangeiro para a Bolsa brasileira e a valorização expressiva das ações da Eletrobras chamam atenção.
O que movimenta o mercado nesta semana?
Os próximos dias prometem trazer definições importantes para os mercados globais. No Brasil, a atenção se volta para o fluxo de capital externo, que voltou a crescer após semanas de saída. Só no dia 23 de abril, o saldo estrangeiro ficou positivo em R$ 5 bilhões, revertendo a tendência negativa registrada desde meados de abril. Esse movimento está diretamente ligado às expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos.
A agenda econômica internacional
Nos EUA, dados cruciais serão divulgados ao longo da semana, influenciando diretamente o rumo dos mercados:
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Terça-feira: índices PMI da China, importantes para medir o desempenho da segunda maior economia mundial.
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Quarta-feira: divulgação do PIB trimestral dos Estados Unidos, que pode reforçar ou amenizar a tese de desaceleração econômica no país.
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Quinta-feira: PMI industrial nos EUA, complementando a leitura sobre a atividade econômica.
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Sexta-feira: relatório de emprego americano (payroll) e dados sobre o ganho médio por hora, fundamentais para entender a saúde do mercado de trabalho norte-americano.
Esses números são decisivos para o Federal Reserve (Fed) definir sua política de juros. Um cenário de desaceleração suave, sem sinal de recessão, pode abrir espaço para o corte de juros ainda em 2025, impulsionando o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil, em busca de maior rentabilidade.
Brasil na rota do capital global
Com valuation atrativo e relativo distanciamento de tensões geopolíticas, o Brasil aparece como um destino potencial para investidores que buscam diversificar suas carteiras. Além disso, incertezas envolvendo a relação comercial entre Estados Unidos e China contribuem para essa migração de recursos para mercados considerados “neutros”.
Nos últimos meses, esse movimento vinha sendo limitado pela expectativa de juros altos por mais tempo nos EUA, mas os dados econômicos desta semana podem acelerar essa reversão. Para os investidores brasileiros, esse fluxo estrangeiro é essencial para sustentar a valorização da Bolsa e das ações locais.
Oportunidades em destaque: Eletrobras no radar
Entre as ações que vêm se beneficiando desse ambiente, Eletrobras (ELET3 e ELET6) é um dos destaques. A companhia elétrica acumula alta superior a 30% desde o início de 2025, saindo de R$ 33 para R$ 43 na ação ordinária (ELET3). Esse desempenho reflete a redução das incertezas em torno da governança da empresa, incluindo a recente saída de Guido Mantega do conselho fiscal, fato bem recebido pelo mercado.
Além disso, a empresa segue em um processo de transformação após a privatização, o que aumenta as expectativas de maior geração de valor para os acionistas. A redução do endividamento e o potencial de distribuição de dividendos robustos tornam Eletrobras uma das queridinhas entre investidores de longo prazo.
Mesmo com a valorização recente, analistas avaliam que ainda há espaço para ganhos, sobretudo para quem busca empresas previdenciárias, com foco em dividendos futuros. A preferência atual recai sobre as ações preferenciais (ELET6), que oferecem maior remuneração ao acionista.
Temporada de balanços reforça o cenário
A agenda local também inclui a divulgação de resultados trimestrais de empresas importantes, como Gerdau e ISA Cteep, além de outras companhias do setor elétrico. Esses balanços serão fundamentais para confirmar a saúde financeira das empresas e a continuidade de políticas de distribuição de proventos, reforçando o atrativo da Bolsa brasileira frente ao cenário global.
Atenção ao fluxo e aos fundamentos
O investidor que acompanha de perto o fluxo de capital estrangeiro e a política monetária dos EUA pode encontrar boas oportunidades na Bolsa brasileira. O cenário ainda incerto nos Estados Unidos, somado à atratividade de valuations locais, coloca o Brasil em posição favorável.
Empresas como Eletrobras, que estão passando por transformações significativas e oferecem potencial de dividendos, podem ser as grandes beneficiadas desse movimento. No entanto, é essencial seguir acompanhando os indicadores econômicos globais e os resultados corporativos para tomar decisões informadas.
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