A JHSF (JHSF3) vem se consolidando como uma das teses mais interessantes da Bolsa para quem busca crescimento com previsibilidade e dividendos recorrentes. Atuando no segmento de alto luxo, a empresa transformou seu modelo de negócio, diversificando suas receitas e apostando em renda recorrente para estabilizar seus lucros e atrair investidores.
Renda recorrente: o motor que move a JHSF
Nos últimos anos, a JHSF deixou de ser apenas uma incorporadora para se transformar em uma holding de ativos imobiliários rentáveis. Hoje, mais de 66% do seu EBIT ajustado vem de atividades que geram receita previsível mês a mês. Entre os segmentos que compõem essa renda recorrente estão:
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Shoppings de luxo, com marcas exclusivas;
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Hotelaria e gastronomia, com a grife internacional Fasano;
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Aeroportos executivos, com 12 hangares em operação;
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Aluguel de residências de luxo e clubes privados;
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Investimentos financeiros via JHSF Capital.
Essa diversificação foi essencial para suavizar a volatilidade típica do setor de incorporações, permitindo uma geração de caixa contínua — e sustentando o pagamento mensal de dividendos, algo raro entre as ações listadas.
Shoppings de luxo: crescimento acima da média
A área de shoppings, uma das mais relevantes da JHSF, cresceu 40% no EBIT ajustado em 2024, atingindo R$ 205 milhões. O destaque fica por conta do aumento da Área Bruta Locável (ABL) própria de 58 mil m² para 98 mil m², ampliando o potencial de receitas futuras.
Além disso, o número de vendas nas lojas dos shoppings subiu 20% ano contra ano, evidenciando um apetite cada vez maior do público de alta renda por experiências premium — segmento no qual a JHSF reina absoluta.
Hotelaria e gastronomia: a marca fasano ganha o mundo
Com 10 hotéis e 36 restaurantes em operação, a marca Fasano tem se internacionalizado. Além do Brasil, a rede já atua em Nova York, Punta del Este e Porto Feliz, levando a sofisticação brasileira para fora das fronteiras.
Em 2024, a margem EBITDA da divisão cresceu para 22%, com um resultado operacional 15% maior do que o ano anterior. A expansão global da bandeira Fasano reforça a capacidade da JHSF de capturar valor em um nicho altamente rentável e pouco competitivo.
Aeroportos: margem líquida de 62% atrai olhares
O aeroporto executivo São Paulo Catarina é um dos diferenciais mais lucrativos da companhia. Em 2024, o volume de aeronaves e litros de combustível fornecidos cresceu 41%, resultando em um EBIT ajustado de R$ 114 milhões — um salto de 96%.
A margem de 62% nesse segmento é digna de destaque e coloca a operação aeroportuária como uma das mais rentáveis do portfólio.
Incorporadora Premium: margens altas mesmo com queda no volume
Apesar da queda de 22% na receita bruta das incorporações, a JHSF ainda ostenta a maior margem EBIT do setor, com 60%. Essa parte do negócio continua gerando lucros expressivos, mas sua sazonalidade reforça a importância do modelo de renda recorrente.
Com R$ 34 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) projetado, a incorporadora segue ativa com empreendimentos como a Usina SP Farmhouse, o Boa Vista Village, o Residences e novos clubes privados.
JHSF Capital: acelerando o braço de investimentos
A JHSF também diversifica sua atuação com o braço financeiro, a JHSF Capital, que administra R$ 2,5 bilhões em ativos e conta com 10 fundos próprios. Embora represente uma menor fatia da receita, essa frente mostra a ambição da empresa de expandir para o setor financeiro com visão de longo prazo.
Resultados consolidados de 2024: lucro disparando
A fotografia financeira da JHSF impressiona. Confira os principais números:
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Receita líquida: R$ 545 milhões (+13% no trimestre);
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EBITDA ajustado: R$ 508 milhões (+32%);
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Lucro líquido: R$ 410 milhões (+94%);
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Margem líquida: 75%.
Sim, 75% de lucro sobre a receita líquida. Para cada R$ 1 que entra no caixa, sobram R$ 0,75. Uma das margens mais altas da Bolsa brasileira.
Dívida controlada e caixa robusto
Mesmo com R$ 4,4 bilhões em dívidas brutas, a JHSF tem apenas R$ 1,8 bilhão em dívida líquida, com uma liquidez corrente de 1,75. Isso significa que a empresa tem caixa suficiente para honrar suas obrigações de curto prazo, o que é essencial para sustentar os investimentos e o pagamento de dividendos.
Dividendos mensais e valuation atrativo
Em 2023, a empresa distribuiu R$ 0,45 por ação em dividendos. Para 2025, já há previsão de pagamento mensal. Com um P/L de apenas 3,42 e a ação sendo negociada próxima de R$ 4,30, analistas apontam um valor justo acima de R$ 8.
Além disso, a JHSF entregou rentabilidade de 193% nos últimos 10 anos, superando o Ibovespa, CDI e índice de small caps.
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