A JHSF (JHSF3), empresa referência no segmento de alta renda no Brasil, encerrou 2024 com resultados expressivos e se prepara para recompensar seus acionistas com o pagamento de R$ 202,9 milhões em dividendos obrigatórios. O número representa a fatia mínima legal de 25% sobre o lucro líquido ajustado do exercício, reforçando o compromisso da companhia com a geração de valor aos investidores.
Lucro recorde e margens robustas impulsionam desempenho
Em um cenário macroeconômico desafiador, marcado por juros elevados e pressões sobre o consumo, a JHSF provou sua resiliência e excelência na gestão. O lucro líquido da companhia atingiu R$ 861 milhões em 2024, um avanço de 73% em relação ao ano anterior. No quarto trimestre, o lucro somou R$ 410 milhões, alta de 94% na comparação anual.
Esses números impressionantes foram sustentados por margens operacionais elevadas, com destaque para a margem líquida de 53% no ano e de 75% no último trimestre — uma evidência clara da eficiência nos negócios da empresa.
Receita e EBITDA em alta
A receita líquida anual ficou em R$ 1,6 bilhão, praticamente estável, enquanto o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 1,2 bilhão, com crescimento de 32% tanto no trimestre quanto no acumulado de 2024. Isso demonstra que, mesmo sem expansão acelerada da receita, a companhia conseguiu manter um controle rigoroso de custos e ampliar a rentabilidade.
Redução de despesas operacionais
Outro ponto positivo foi a redução das despesas operacionais, que caíram 30% no quarto trimestre e 23% no ano, reforçando o ganho de eficiência da empresa. Já as despesas administrativas subiram 13% no acumulado de 2024, refletindo investimentos em estrutura e novos ativos.
Portfólio diversificado e foco no público premium
A JHSF é conhecida por seu portfólio voltado à alta renda, composto por shopping centers, empreendimentos de incorporação imobiliária, aeroportos executivos, restaurantes, hotelaria de luxo e clubes exclusivos. Esse foco confere à empresa um diferencial competitivo importante, especialmente em tempos de retração do consumo de massa.
Além do Brasil, a JHSF mantém participação em projetos imobiliários voltados à alta renda no exterior, o que diversifica ainda mais suas fontes de receita.
Dividendos JHSF: o que sabemos até agora
Embora a companhia ainda não tenha divulgado um cronograma oficial com datas de pagamento e valores por ação, já há informações importantes disponíveis para os investidores.
Segundo o relatório de resultados, a JHSF destinará R$ 202.924.000 como dividendos mínimos obrigatórios referentes ao exercício de 2024. Considerando a base acionária atual de 681 milhões de ações, o valor estimado por ação é de R$ 0,29.
Dividendos intermediários já pagos
Além desse valor, a companhia já distribuiu R$ 62,5 milhões em dividendos intermediários em janeiro, fevereiro e março de 2025, correspondendo a R$ 0,03 por ação. Esses valores foram aprovados em dezembro de 2024 e pagos ao longo dos três primeiros meses do ano.
Dessa forma, o total de proventos pagos ou programados pela JHSF até o momento soma aproximadamente R$ 265 milhões.
Alavancagem em foco: aumento de dívida, mas com estratégia
Apesar dos resultados sólidos, a companhia registrou um aumento na dívida líquida, que passou de R$ 3 bilhões em 2023 para R$ 3,3 bilhões no final de 2024. Isso se deve, principalmente, ao crescimento na emissão de debêntures, que saltaram de R$ 2,7 bilhões para R$ 3,8 bilhões.
A estratégia da empresa tem sido alongar o perfil de sua dívida, aproveitando instrumentos como debêntures para captar recursos diretamente do mercado, sem depender de bancos. Apesar do cenário de juros elevados (com a Selic ainda em patamares restritivos), a JHSF tem conseguido manter sua capacidade de geração de caixa e margens saudáveis, o que reduz os riscos de endividamento excessivo.
O que esperar para os próximos meses?
Com resultados robustos e dividendos consistentes, a JHSF segue se destacando entre as empresas do setor imobiliário focadas em alta renda. A expectativa agora é pela divulgação oficial das datas de pagamento dos dividendos mínimos obrigatórios e, possivelmente, novos anúncios de proventos complementares, a depender do caixa da companhia.
Para o investidor de longo prazo, a rentabilidade, a recorrência de margens elevadas e o programa de recompra de ações — que reduz a base acionária e potencializa os dividendos por ação — tornam a JHSF uma opção atrativa no segmento.
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