IFRI11: como funciona o fundo de infraestrutura do Itaú indexado ao CDI

O IFRI11, fundo de infraestrutura do Itaú, é uma opção para investidores que buscam exposição a ativos indexados ao CDI. Apesar da proposta interessante, é crucial entender a fundo suas características antes de adicioná-lo à carteira, principalmente para quem já investe em produtos semelhantes.

O fundo segue uma estratégia muito próxima ao IFRA11, o tradicional fundo atrelado ao IPCA. A diferença principal entre os dois está no indexador: enquanto o IFRA11 é ligado à inflação (IPCA), o IFRI11 é estruturado para acompanhar o CDI, utilizando operações de swap para ajustar essa exposição.

Contudo, apesar da diferença nos indexadores, a carteira dos dois fundos é bastante correlacionada, o que exige atenção redobrada para quem pensa em ter ambos no portfólio.

A forte correlação com o IFRA11

Uma das maiores preocupações ao considerar o IFRI11 é a alta correlação com o IFRA11. Ambos compartilham não apenas a mesma gestora (Itaú Asset), mas também muitas debêntures e ativos semelhantes. Em outras palavras, para quem possui o IFRA11 e adiciona o IFRI11 sem diversificar com outros fundos, o risco de sobreposição de ativos é grande.

Essa duplicação de exposição pode impactar a estratégia de diversificação da carteira, aumentando o risco sem necessariamente trazer um retorno proporcionalmente maior.

O que isso significa na prática?

  • Duplicação de riscos: Em momentos de estresse de mercado, ambos os fundos podem sofrer impactos semelhantes.

  • Carteira concentrada: Apesar de parecer diversificada, a carteira pode ficar restrita a poucos emissores e setores.

  • Melhor alternativa: Se a ideia é diversificar a exposição ao CDI, o investidor pode considerar alternativas como KNDI11 ou AZIN11, que têm gestões diferentes e estratégias menos correlacionadas.

Movimentações recentes: compras e vendas estratégicas

O relatório mais recente do IFRI11 mostra movimentações muito parecidas com as do IFRA11. O fundo vendeu participações em debêntures como:

  • Brisanet

  • Corsan

  • Localiza

Com os recursos obtidos, o fundo comprou novas debêntures, como:

  • DBPATS (Aeroportos de Campo de Marte e Jacarepaguá): IPCA + 9,58% e IPCA + 8,61%

  • Brasil Tower Company: IPCA + 10,8%

  • Vias do Café: IPCA + 8,47%

Além dessas aquisições, uma movimentação diferenciada foi a compra de uma nota comercial da Origo Energia, voltada para geração solar, atrelada ao CDI + 3%.

Essa prática, de adquirir debêntures indexadas ao IPCA e posteriormente realizar o swap para o CDI, é semelhante à estratégia utilizada por outros gestores de infraestrutura, como a Esparta.

Liquidez, cotistas e estrutura da carteira

  • Número de Cotistas: Aproximadamente 11 mil.

  • Liquidez Diária: Gira em torno de R$ 2 milhões, oferecendo facilidade de compra e venda no mercado secundário.

  • Patrimônio: Em torno de R$ 100,80 por cota.

  • Setores de atuação:

    • Rodovias

    • Saneamento

    • Óleo e gás

A carteira do IFRI11 é composta majoritariamente por ativos de perfil high grade, com um spread médio de CDI + 1,3%, reforçando seu perfil conservador em crédito.

Pontos de atenção ao investir no IFRI11

Antes de investir no IFRI11, é importante considerar alguns fatores:

  1. Sobreposição de riscos

Se já possui o IFRA11, investir no IFRI11 pode duplicar sua exposição a determinados emissores e setores.

  1. Estratégia de derivativos

O uso de swaps para ajustar o indexador dos ativos adiciona uma camada de complexidade à gestão do fundo. Embora comum, é importante entender esse mecanismo.

  1. Preço vs. valor patrimonial

O IFRI11 costuma ser negociado abaixo do seu valor patrimonial (VP), o que pode representar uma oportunidade para investidores atentos a descontos no mercado.

O IFRI11 pode ser uma opção interessante para quem busca diversificação no crédito privado atrelado ao CDI, mas é fundamental avaliar a composição da carteira para evitar sobreposição com outros fundos da mesma linha.

Se o seu portfólio já conta com o IFRA11 ou fundos semelhantes, considere alternativas menos correlacionadas antes de adicionar o IFRI11. Caso tenha uma carteira mais ampla e diversificada, o fundo pode se encaixar como uma peça complementar focada no CDI.

Como sempre, entender o que está por trás das estratégias e composições dos fundos é essencial para tomar decisões conscientes.

O post IFRI11: como funciona o fundo de infraestrutura do Itaú indexado ao CDI apareceu primeiro em O Petróleo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Review Your Cart
0
Add Coupon Code
Subtotal

 
Rolar para cima