Ibovespa despenca quase 3% e dólar dispara com tensão entre Trump e China

O mercado financeiro iniciou a semana em forte turbulência. Nesta segunda-feira (7), o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu quase 3% nas mínimas do dia, sendo arrastado pela deterioração do cenário externo após novas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O dólar também reagiu com força e disparou mais de 2,8%, superando os R$ 5,78.

O que provocou a queda do Ibovespa?

A aversão ao risco foi alimentada por declarações do ex-presidente Donald Trump, que retomou o tom agressivo contra a China. Trump anunciou tarifas de 54% sobre produtos chineses, afirmando que “a China jogou errado” ao retaliar os EUA com tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos.

A resposta de Pequim, por sua vez, aumentou o temor de uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Os investidores interpretaram o movimento como um risco sistêmico para a economia global, o que provocou forte aversão ao risco em todos os mercados.

Bolsas globais em queda e Petrobras entre os maiores tombos

A queda do Ibovespa foi acompanhada por perdas expressivas nos índices internacionais. Nos Estados Unidos, a Nasdaq — referência para ações de tecnologia — registrava baixa de mais de 4%, puxando também o S&P 500 e o Dow Jones para o vermelho.

No Brasil, as ações de grandes empresas também despencaram. A Petrobras (PETR4), fortemente impactada pela queda do petróleo e pela aversão global ao risco, chegou a recuar 5%. Setores sensíveis à economia global, como siderurgia e exportadoras, também foram duramente atingidos.

Dólar dispara e pressiona inflação

Com o aumento da procura por ativos considerados seguros, como o dólar, a moeda americana disparou frente ao real, ultrapassando a marca de R$ 5,78. Essa valorização preocupa o mercado interno por seus reflexos na inflação — já que produtos importados e insumos ficam mais caros — e também sobre a política monetária, com pressão para que o Banco Central reavalie os cortes na Selic.

União Europeia promete resposta “proporcional”

Em meio à tensão entre EUA e China, a União Europeia também se posicionou. O ministro das Finanças da França afirmou que o bloco europeu não pretende impor tarifas recíprocas, mas pode retaliar os Estados Unidos mirando empresas específicas. A estratégia, segundo ele, é evitar prejudicar os consumidores europeus e, ao mesmo tempo, pressionar os EUA a voltarem à mesa de negociações.

Emprego forte nos EUA adiciona incerteza

Outro dado que mexeu com o humor do mercado foi o relatório de emprego dos Estados Unidos, divulgado na manhã desta segunda. A economia americana criou 228 mil vagas em março, bem acima das 135 mil previstas. A taxa de desemprego, por outro lado, subiu levemente para 4,2%.

Esses números reforçam a ideia de uma economia americana ainda aquecida, o que pode adiar a esperada flexibilização da política monetária por parte do Federal Reserve. Esse cenário tende a fortalecer o dólar e pressionar os mercados emergentes, como o Brasil.

Análise: volatilidade deve continuar

Segundo analistas, o cenário de alta volatilidade deve persistir nos próximos dias, principalmente até que haja clareza sobre a continuidade ou reversão das tarifas anunciadas. A possibilidade de um efeito dominó em cadeias produtivas globais e novos desdobramentos diplomáticos mantém os investidores em alerta máximo.

“A tensão entre Trump e China já era esperada em algum momento, mas a intensidade surpreendeu. Isso acende um sinal de alerta para os ativos de risco no mundo inteiro”, comenta um economista ouvido pela CNN Brasil.

A combinação de riscos geopolíticos, tensões comerciais e um mercado de trabalho forte nos EUA cria um ambiente hostil para ativos de países emergentes como o Brasil. Com isso, o Ibovespa voltou a níveis não vistos há três semanas e o dólar renovou sua máxima do ano. A recomendação, para o investidor, é cautela: o cenário segue volátil e sujeito a novos solavancos nos próximos dias.

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