O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,8%, atingindo 125.507 pontos, refletindo o temor crescente de uma recessão global e o impacto da nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Canadá. Entretanto, uma leve recuperação ocorreu após a Ucrânia aceitar um cessar-fogo de 30 dias e sinais de recuo do governo canadense em relação às tarifas de eletricidade para os EUA.
Tensão global impacta mercados
A decisão do ex-presidente americano Donald Trump de elevar as tarifas sobre o aço e o alumínio canadense para 50% gerou uma reação imediata nos mercados globais. Esse movimento foi uma retaliação à decisão do Canadá de aumentar em 25% o preço da eletricidade exportada para os EUA, o que elevou os temores de uma nova guerra comercial.
Com o acirramento das disputas, as bolsas americanas tiveram um dia volátil, pressionando também os mercados emergentes. O Ibovespa seguiu a tendência global de aversão ao risco, ampliando suas perdas ao longo do dia.
Produção industrial brasileira decepciona
Outro fator que pesou sobre o mercado foi o desempenho abaixo do esperado da produção industrial brasileira. Os dados divulgados mostraram estagnação no setor, intensificando preocupações sobre uma possível desaceleração da economia nacional. A indústria, um dos setores mais afetados pelas oscilações do câmbio e pelos desafios logísticos, enfrenta dificuldades para retomar um crescimento sustentável.
Alívio com recuo das tarifas e cessar-fogo na Ucrânia
No fim do dia, no entanto, houve um certo alívio no mercado financeiro. O Canadá indicou que pode recuar no aumento das tarifas sobre a eletricidade para os EUA, o que abre espaço para um possível recuo também por parte de Trump nas sanções ao aço e alumínio canadenses. Esse movimento trouxe um suspiro positivo para os investidores.
Outro fator que contribuiu para a melhoria do cenário foi o anúncio de um acordo de cessar-fogo de 30 dias entre Ucrânia e Rússia, mediado pelos Estados Unidos. Com a tensão geopolítica reduzida, os mercados começaram a apresentar sinais de recuperação.
Dólar recua e reduz pressão sobre a economia
A moeda americana também refletiu a menor aversão ao risco global. O dólar encerrou o dia em queda de 0,8%, cotado a R$ 5,81. Essa desvalorização está alinhada às preocupações com uma possível recessão nos EUA e às expectativas de flexibilização na política monetária do Federal Reserve.
Perspectivas para os próximos dias
O mercado segue atento às decisões dos líderes mundiais, principalmente em relação às tarifas comerciais e às negociações sobre a guerra na Ucrânia. No Brasil, a expectativa é que o Banco Central se manifeste sobre a política de juros, especialmente diante da estagnação da indústria.
Enquanto isso, investidores monitoram de perto os desdobramentos globais para entender o impacto sobre o Ibovespa e a economia brasileira nos próximos dias.
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