Em um cenário de incertezas no setor bancário, o Banco do Brasil (BBAS3) segue como uma rocha para quem busca consistência e bons dividendos. Enquanto isso, Howard Marks, um dos maiores investidores do mundo, surpreende ao liquidar totalmente suas posições em Bradesco e Itaú — bancos que, historicamente, figuram entre os favoritos dos investidores institucionais.
Mas o que explica esse movimento? E por que o Banco do Brasil continua chamando a atenção, mesmo em meio a uma maior volatilidade e perda de mercado no agronegócio?
Dividendos em aberto ainda em abril: oportunidades de curto prazo
Antes de mergulhar no macro, vale destacar três pagamentos de dividendos e JCP ainda disponíveis para investidores atentos:
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Banco Pine: JCP com data-com em 10/04, pagamento em 25/04 e yield líquido de 1,61%.
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Vivo (VIVT3): JCP com data-com em 11/04, yield líquido modesto de 0,2%.
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Doutor Prévio (SMALL CAP): dividendos com data-com também em 11/04, com yield de 1,4% líquido.
Esses pagamentos mostram que, mesmo no curto prazo, há oportunidades interessantes para quem busca retorno passivo imediato.
Banco do Brasil: um colosso que paga bem
O Banco do Brasil é, há anos, uma das instituições mais generosas do mercado quando o assunto é pagamento de dividendos e JCP. A base do seu lucro vem, em grande parte, do resultado líquido de juros, o core tradicional dos grandes bancos.
Além disso, o BB possui 50 milhões de correntistas ativos, o que mostra resiliência diante da concorrência crescente com bancos digitais como o Nubank — que possui mais clientes, mas ainda está longe da lucratividade do BB.
Participação no agro: liderança sob pressão
O agronegócio é, historicamente, o motor do Banco do Brasil. Com cerca de 50% do crédito agrícola nacional, ele ainda lidera, mas vem perdendo espaço. Em 2017, o BB detinha mais de 60% do share — um número que caiu para menos de 50% em 2023.
Essa queda não é exatamente um sinal de fraqueza, mas sim reflexo da entrada de novos competidores. Bancos como Santander, cooperativas de crédito e até fintechs estão cada vez mais interessados no agro, setor que representa um terço do PIB brasileiro.
Alta volatilidade e exposição à commodity
Por ser fortemente exposto ao agro, o Banco do Brasil também sofre mais com a volatilidade macroeconômica. Historicamente, suas ações já caíram até 70% em ciclos negativos, bem acima das quedas de Itaú ou Bradesco.
Gestão de ativos e reputação
Outro destaque é a gestora do Banco do Brasil, a BB DTVM, que administra R$ 1,7 trilhão em ativos — a maior do país. Além disso, o banco ostenta a segunda melhor reputação entre os grandes bancos, perdendo apenas para o Nubank no Reclame Aqui.
Howard Marks abandona Bradesco e Itaú: o que isso significa?
Enquanto o Banco do Brasil permanece firme em fundamentos sólidos, Howard Marks, gestor da Oaktree Capital, vendeu 100% de suas ações do Bradesco e do Itaú no último trimestre.
Esses movimentos aparecem nos relatórios 13F da SEC, onde Marks reduziu sua exposição de 0,6% (Bradesco) e 1% (Itaú) do portfólio para zero. Ele manteve posições apenas em Vale e Petrobras, empresas ligadas à commodity — setor em que ele vê maior resiliência.
O motivo? Segundo especialistas, a expectativa de recuperação lenta do setor bancário e a possível correção forte nas bolsas americanas levaram Marks e até Warren Buffett a priorizar proteção de capital e liquidez.
Carteira de dividendos do BB Investimentos: retorno acima da média
A carteira de dividendos do BB Investimentos vem entregando resultados consistentes e superando o índice IDIV. Só nos últimos 3 meses, o retorno foi de 12%, o dobro do IDIV no período.
Confira os destaques da carteira e os dividend yields estimados:
Empresa | Setor | Dividend Yield Estimado |
---|---|---|
Bradesco | Bancário | 9% |
Cemig (CMIG4) | Energia | 8% |
CPFL (CPFE3) | Energia | 7,6% |
Direcional (DIRR3) | Imobiliário | 11% |
Transmissão Paulista | Energia | 8% |
Itaúsa (ITSA4) | Financeiro | 10% |
JBS (JBSS3) | Alimentos | 7,3% |
Petrobras (PETR4) | Petróleo/Energia | 13% |
TIM (TIMS3) | Telecomunicações | 9,5% |
Vivo (VIVT3) | Telecomunicações | 3–4% (atualmente) |
Apesar da forte performance da carteira, Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3) não foram incluídos, o que abre margem para retornos ainda maiores, caso sejam adicionados futuramente.
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