A nova rodada de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos está movimentando os mercados e reacendendo debates sobre uma possível recessão global. No entanto, para empresas como a Gerdau (GGBR4), o cenário pode se tornar uma rara oportunidade de ganho. Com operações sólidas na América do Norte e um portfólio em expansão, a siderúrgica brasileira já colhe os frutos desse novo ambiente geopolítico — e os investidores atentos têm motivos para comemorar.
Impacto imediato: alta nos pedidos nos EUA
O destaque recente fica por conta da carteira de pedidos da Gerdau nos Estados Unidos, que cresceu cerca de 30% nos últimos dois a três meses. O movimento é resultado direto das novas tarifas americanas sobre o aço importado, que têm como objetivo proteger a indústria nacional e impulsionar a reindustrialização do país.
Esse crescimento na demanda local coloca a Gerdau em posição estratégica, já que a empresa possui unidades industriais dentro do território americano. Ou seja, em vez de ser afetada pelas tarifas, a Gerdau se torna fornecedora preferencial para grandes projetos de infraestrutura e construção nos EUA, setores que dependem fortemente de aço.
Queda nas ações, oportunidade para investidores?
Apesar das boas notícias vindas dos EUA, as ações preferenciais da Gerdau (GGBR4) enfrentaram uma forte queda nos últimos dias, atingindo níveis abaixo de R$ 16 — o menor patamar desde outubro de 2023. As ações da holding (GOAU4) também recuaram, alcançando R$ 8,80 no mesmo período.
Esse movimento reflete, em parte, o nervosismo do mercado diante do cenário global incerto. Ainda assim, especialistas apontam que esses preços baixos podem representar uma oportunidade de entrada, especialmente diante das boas projeções de receita e dividendos para os próximos trimestres.
Projeção de dividendos: até R$ 0,76 por ação em 2025
De acordo com projeções recentes de analistas de mercado, a Gerdau deve distribuir R$ 0,76 por ação em 2025, tanto para papéis ordinários (GGBR3) quanto preferenciais (GGBR4). Em um cenário mais otimista, impulsionado pela performance da economia americana e um câmbio favorável (dólar acima de R$ 5,70), esse valor pode subir ainda mais, acompanhando uma possível alta na geração de caixa da empresa.
Para 2026, as estimativas são ainda mais animadoras, com dividendos podendo atingir R$ 0,90 por ação, caso a tendência de valorização do portfólio americano continue.
Brasil: risco de pressão com aço chinês
Enquanto a operação nos Estados Unidos avança com força, o mercado interno brasileiro pode enfrentar desafios adicionais. Com a imposição de tarifas pelos EUA, a China pode redirecionar suas exportações de aço para países emergentes, como o Brasil. Esse movimento tende a aumentar a concorrência e pressionar os preços locais, impactando não só a Gerdau, mas também outras siderúrgicas como CSN e Usiminas.
Além disso, a expectativa é de um crescimento mais modesto na economia brasileira em 2025, principalmente no setor de infraestrutura. Isso reduz a demanda por produtos siderúrgicos, exigindo ainda mais eficiência e estratégia das empresas que atuam nesse mercado.
Estratégia de retenção de lucros e foco em caixa
Diante desse cenário desafiador, a Gerdau optou por reter parte dos lucros recentes, abrindo mão de bonificações aos acionistas no curto prazo. A decisão tem como objetivo fortalecer o caixa da empresa e garantir maior resiliência frente às incertezas macroeconômicas — tanto no Brasil quanto no exterior.
Essa política prudente demonstra o compromisso da companhia com a sustentabilidade financeira de longo prazo, sem abrir mão da distribuição de dividendos consistentes sempre que possível.
Oportunidades futuras com a industrialização americana
Caso a economia americana avance em sua agenda de reindustrialização, as perspectivas para a Gerdau tornam-se ainda mais promissoras. A empresa está posicionada para atender à crescente demanda por aço dentro dos EUA, em setores como construção civil, infraestrutura e transporte.
Segundo relatórios recentes, o segmento de aços especiais, usado principalmente na indústria automotiva, deve continuar sendo um dos motores de crescimento da empresa. A expectativa é de um aumento de 5% na receita total em 2025, com EBITDA projetado em torno de R$ 12 bilhões, reforçando a solidez do modelo de negócios.
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