No cenário atual do mercado financeiro, poucos ativos despertam tanta atenção quanto as ações da Gerdau (GGBR4) e de sua holding, a Metalúrgica Gerdau (GOAU4). Com a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, a companhia reforça seu compromisso com os acionistas, mantendo uma política consistente de distribuição de dividendos e programas robustos de recompra de ações, além de apresentar fundamentos que sugerem potencial de valorização das ações no médio e longo prazo.
Neste artigo, analisamos os principais números do trimestre, o impacto das políticas de distribuição e recompra sobre o valor das ações e as expectativas de analistas sobre o desempenho futuro da Gerdau no setor siderúrgico, tanto no Brasil quanto no exterior.
Desempenho financeiro do 1T25
No primeiro trimestre de 2025, a Gerdau apresentou resultados que, apesar de refletirem desafios operacionais, surpreenderam positivamente as expectativas do mercado. O EBITDA ajustado alcançou R$ 2,4 bilhões, registrando uma queda de 21% em relação ao trimestre anterior, mas superando em 3% o consenso de analistas.
Esse desempenho foi impactado por margens mais apertadas na América do Norte, devido à queda de preços e volumes menores, além de custos pontuais no Brasil relacionados a paradas de manutenção. Mesmo com esse cenário, a companhia demonstrou resiliência, sustentando níveis de rentabilidade considerados sólidos para o setor.
Dividendos e recompra de ações impulsionam o valor para o acionista
O compromisso da Gerdau com seus acionistas foi reforçado com o pagamento de dividendos no início de 2025. Foram distribuídos R$ 0,10 por ação para os papéis GGBR3 e GGBR4, totalizando aproximadamente R$ 203 milhões. Já a Metalúrgica Gerdau distribuiu R$ 0,05 por ação para GOAU3 e GOAU4, com um total de quase R$ 50 milhões.
Além disso, a Gerdau concluiu um programa de recompra expressivo em 2024, adquirindo 68 milhões de ações preferenciais. Esse movimento fortalece a valorização das ações, reduzindo o número de papéis em circulação e, consequentemente, ampliando a participação relativa de cada acionista nos lucros da companhia. Um novo programa de recompra foi iniciado em 2025, com meta de adquirir mais 63 milhões de ações preferenciais e 1,5 milhão de ordinárias.
A Metalúrgica Gerdau, por sua vez, também finalizou a recompra de 6 milhões de ações preferenciais, consolidando um movimento agressivo de retorno de valor aos investidores.
Potencial de valorização: o que dizem os analistas
As ações da Gerdau e da Metalúrgica Gerdau têm chamado a atenção por estarem negociadas a múltiplos descontados. O preço-lucro (P/L) atual está em torno de 7,0, com um dividend yield próximo a 5,2%, o que torna os papéis atrativos para investidores que buscam combinações de valor e geração de renda.
Modelos de valuation apontam para um preço justo de aproximadamente R$ 12,57 para GGBR4, enquanto GOAU4 possui uma avaliação em torno de R$ 11,58. Essas estimativas sugerem um potencial de valorização em torno de 30% a 35%, considerando as cotações atuais.
Além disso, o programa de recompra, associado ao histórico de distribuição de dividendos e bonificações, como os 20% de bonificação concedidos em 2024, reforça a expectativa de retorno robusto ao acionista. Essa combinação de recompra agressiva e pagamento de proventos cria um cenário favorável para investidores de longo prazo.
Estratégia de crescimento e resiliência internacional
Outro fator que sustenta o otimismo em relação à Gerdau é sua diversificação geográfica. A empresa mantém 11 unidades produtivas nos Estados Unidos, o que a torna menos vulnerável às oscilações específicas do mercado brasileiro e permite aproveitar eventuais benefícios de políticas protecionistas norte-americanas ou flutuações cambiais.
Para 2025, a companhia projeta investir R$ 6 bilhões em manutenção e projetos de competitividade, estratégia que visa manter a eficiência operacional e o posicionamento de mercado tanto na América Latina quanto na América do Norte.
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