O fundo imobiliário GARE11 apresentou uma rentabilidade mensal de apenas 0,97% em março de 2025, conforme relatório gerencial divulgado recentemente, referente ao mês de janeiro. Com essa queda, muitos investidores passaram a questionar se ainda compensa manter ou iniciar novos investimentos no fundo.
Desempenho recente e contexto do mercado
Em 26 de março, a cota do GARE11 foi negociada a R$ 8,54, apresentando um desconto significativo com um valor patrimonial (P/VP) de 0,92, indicando um desconto de 8%. Apesar disso, a distribuição mensal de dividendos caiu para R$ 0,083, resultando em uma rentabilidade mensal inferior a 1%.
Vale destacar que em dezembro de 2024, as cotas chegaram a valores ainda mais baixos, próximos a R$ 8,00, mostrando uma recuperação leve nos primeiros meses de 2025.
Rentabilidade: GARE11 versus CDB
Fazendo uma comparação direta entre o GARE11 e um CDB que rende 100% do CDI, temos:
- GARE11: Rentabilidade de 0,97% ao mês (isento de IR), equivalente a 12,55% ao ano.
- CDB (100% CDI): Com a Selic atual de 14,25%, rende aproximadamente 0,95% ao mês, ou 12,03% ao ano após impostos.
Embora o GARE11 esteja ligeiramente na frente, a diferença é mínima. Além disso, o desempenho do fundo pode variar ao longo do tempo devido à natureza da renda variável.
Simulação de investimentos em longo prazo
Considerando uma aplicação inicial de R$ 10 mil:
- Após 10 anos, o valor no GARE11 seria R$ 31.084 contra R$ 31.199 no CDB.
- Após 20 anos, o investimento em GARE11 chegaria a R$ 100.429, enquanto no CDB chegaria a R$ 96.720.
Esses cálculos utilizam taxas atuais, sujeitas a variações futuras.
Análise do relatório gerencial recente
O relatório gerencial do GARE11 trouxe novidades importantes, especialmente sobre a venda do imóvel BRF Visa, concluída em março. Esta operação gerou uma entrada significativa de caixa e reduziu a alavancagem do fundo, que caiu de mais de 40% para cerca de 23,3%, trazendo mais segurança aos investidores.
Portfólio diversificado e vacância zero
Atualmente, o GARE11 possui 40 imóveis distribuídos por 10 estados brasileiros, todos alugados em contratos atípicos de longo prazo. Isso proporciona maior previsibilidade e segurança quanto à renda mensal distribuída aos cotistas.
A vacância física e financeira do fundo permanece em zero, um excelente indicador da qualidade da gestão e solidez dos inquilinos.
Desafios e perspectivas futuras
Um dos principais desafios do GARE11 é o imóvel da Souza Cruz em Cachoeirinha-RS, responsável por quase 20% da receita mensal. Com contrato vencendo em 2027, há incerteza quanto à renovação.
No entanto, o fundo está com boa liquidez e ativos sólidos, destacando-se frente a outros fundos de tijolos híbridos, renda urbana e logística. A média de retorno do GARE11 está em 12,7% ao ano, superando os principais fundos comparáveis do mercado.
Número mágico: quanto investir para receber dividendos mensais suficientes?
Para conseguir adquirir uma nova cota mensal do GARE11 apenas com dividendos recebidos, são necessárias atualmente 103 cotas, o equivalente a um investimento de cerca de R$ 879,62.
Vale a pena investir no GARE11 agora?
Apesar da rentabilidade mensal reduzida, o GARE11 continua oferecendo vantagens interessantes:
- Desconto patrimonial atrativo;
- Potencial valorização das cotas;
- Segurança e previsibilidade pelos contratos atípicos e vacância zero;
- Gestão ativa eficiente.
No entanto, devido à pequena diferença em relação a outras aplicações financeiras e a desafios específicos como o contrato da Souza Cruz, investidores precisam avaliar cuidadosamente se o GARE11 atende aos seus objetivos financeiros pessoais.
Embora o GARE11 tenha apresentado uma queda na rentabilidade mensal, o fundo mantém fundamentos sólidos e uma gestão ativa que continua atraindo investidores. Avalie sua estratégia de investimentos e considere o contexto econômico atual antes de decidir incluir ou manter o GARE11 na sua carteira.
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