Galípolo defende tempo para efeito dos juros e alerta sobre inflação acima da meta

Durante sua participação no evento Safra MacRoe, realizado nesta segunda-feira (29) em São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que é necessário tempo para que os efeitos da política monetária se materializem na economia brasileira. Segundo ele, os sinais de arrefecimento da atividade ainda são incipientes, e a inflação corrente permanece acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

“O que a gente vai observar é, na margem, um cenário meio trocado. Você já começa a enxergar uma desaceleração para 2025, ao contrário do que se vê nos países avançados. Ainda assim, é preciso manter a vigilância, porque a inflação corrente está acima da meta e os sinais de desaceleração são muito incipientes”, afirmou Galípolo.

Expectativas ainda desancoradas

O presidente do BC também ressaltou que as expectativas inflacionárias seguem desancoradas  ou seja, os agentes econômicos não estão plenamente confiantes de que a inflação convergirá para a meta no horizonte relevante. Isso reforça, segundo ele, a necessidade de cautela por parte da autoridade monetária.

“A gente precisa dar o tempo necessário para que os ‘gaps’ e as defasagens da política monetária façam efeito. Realizamos um forte aperto nos últimos anos, e agora é necessário observar os impactos disso com paciência”, explicou Galípolo, referindo-se às elevações sucessivas da taxa básica de juros (Selic) feitas entre 2021 e 2023.

Juros altos e dilemas do Banco Central

Atualmente, o Brasil convive com juros reais elevados, o que tem gerado pressões tanto políticas quanto econômicas para uma flexibilização mais rápida da política monetária. No entanto, a fala de Galípolo indica que o Banco Central ainda não vê espaço para acelerar cortes na Selic sem comprometer o controle da inflação.

A comunicação da autoridade monetária reforça o compromisso com seu mandato principal: garantir a estabilidade dos preços, mesmo que isso implique em manter os juros elevados por mais tempo.

Contexto internacional

Galípolo também traçou um paralelo com o cenário externo, mencionando que, ao contrário do que ocorre no Brasil, economias avançadas ainda estão enfrentando pressões inflacionárias mais persistentes, o que leva à manutenção de políticas monetárias restritivas por parte de bancos centrais como o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu.

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