FYTO11: o que mudou após o NCHB11 e quais os riscos para o investidor

O FYTO11, anteriormente conhecido como NCHB11, passou por mudanças estruturais importantes. Atualmente, o fundo possui 94% de seu patrimônio alocado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com taxa média de aquisição em IPCA + 10,29% — caracterizando-o como um fundo de perfil “high yield”.

Apesar do cenário promissor em termos de taxas, a rentabilidade recente ficou aquém do esperado. A última distribuição foi de R$ 0,087 por cota, refletindo impactos como a inflação baixa em janeiro e a inadimplência de um de seus principais devedores.

Entenda os principais movimentos recentes do fundo

Pré-pagamentos e novas aquisições

Entre as movimentações recentes:

  • Pré-pagamento do CRI Orbom, com recursos sendo reinvestidos em novas operações.

  • Aquisição de novos CRIs como o Seada Palms e a Base SU, ambos indexados ao IPCA + 12%.

  • Reforço de posição no CRI Franco Ribeiro com incremento de R$ 400 mil.

Essas movimentações revelam a estratégia do fundo de manter o foco em operações de alta rentabilidade atreladas à inflação.

Pipeline e caixa disponível

Apesar do cenário de pré-emissão mais restrito, o FYTO11 ainda possui cerca de R$ 9 milhões em caixa, suficientes para aproveitar oportunidades pontuais sem diluição imediata dos cotistas.

Impactos da inadimplência no FYTO11

O caso da operação Manrata

A operação Manrata, responsável por 8,23% da posição do fundo, segue inadimplente, pesando diretamente na distribuição dos rendimentos.
Embora o LTV (Loan-to-Value) da operação seja de 44%, indicando boas garantias, a recuperação de crédito em processos similares pode demorar anos — mesmo considerando que CRIs têm natureza extraconcursal.

Um terreno dado em garantia está em fase de negociação de permuta, e há expectativa de conclusão do acordo até o final de abril, o que pode melhorar o caixa do fundo no médio prazo.

Risco concentrado

Outro ponto de atenção é que o FYTO11 tem forte exposição a operações de loteamentos residenciais, um setor mais volátil, com maior risco de inadimplência em períodos de instabilidade econômica.

Rentabilidade, Valuation e fensibilidade do fundo

Distribuições recentes e impactos da inflação

A inflação de janeiro, abaixo do esperado (0,16%), impactou diretamente a distribuição. Porém, fevereiro trouxe uma inflação de 1,3%, o que sugere uma recuperação das próximas distribuições.

Historicamente, o fundo vinha entregando entre R$ 0,095 a R$ 0,10 por cota — níveis que podem ser retomados caso o cenário inflacionário mais elevado persista.

Valuation atual

Com cotas negociadas em torno de R$ 7,80, o fundo apresenta um carrego implícito de IPCA + 22%. Entretanto, esse prêmio de risco reflete:

  • A inadimplência relevante;

  • A baixa liquidez (média diária de apenas R$ 126 mil);

  • A concentração de ativos em operações de risco elevado.

Em resumo, o mercado precifica uma margem de segurança diante dos riscos assumidos pelo fundo.

Perfil do portfólio e análise de risco

Segmentação do portfólio

  • 94% em CRIs;

  • 85% dos ativos indexados ao IPCA;

  • 6% de caixa disponível;

  • Predominância em operações de loteamento residencial.

Apesar do LTV médio confortável (44%), o FYTO11 concentra seu risco em poucos devedores — fator que exige atenção constante dos investidores.

Maiores exposições

  • Marechal: 8,64% do portfólio;

  • Manrata (inadimplente): 8,23%.

As demais exposições são pulverizadas, mas a concentração nos dois principais devedores aumenta a volatilidade da carteira.

Perspectivas futuras para o FYTO11

O fundo deve apresentar melhoria nos rendimentos nos próximos meses, impulsionado pela inflação elevada de fevereiro. No entanto, a recuperação completa dos patamares anteriores dependerá:

  • Da resolução do caso Manrata;

  • Da capacidade de reinvestir os recursos captados em novas operações de qualidade;

  • De um cenário macroeconômico favorável, com inflação controlada e retomada da confiança no mercado imobiliário.

Para o investidor que busca alto risco e potencial de recuperação, o FYTO11 pode ser uma aposta interessante. Mas é fundamental estar ciente dos riscos de inadimplência e da baixa liquidez atual.

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