Fundo HABT11 sofre queda nos rendimentos e agita cotistas com mudança de administrador

O fundo imobiliário HABT11, focado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), tem chamado atenção do mercado com movimentações importantes nos últimos meses. Entre os destaques, estão a redução nas distribuições mensais, mudanças propostas na administração, além de alterações relevantes no portfólio. Entenda os impactos dessas decisões para os cotistas e o que esperar daqui pra frente.

Redução nas distribuições: o que motivou a queda?

Um dos pontos mais discutidos no momento é a diminuição do rendimento distribuído por cota, que caiu de R$ 1,00 para R$ 0,80. Essa redução já havia sido sinalizada anteriormente e está relacionada ao índice de inflação de janeiro, que registrou uma variação tímida — cerca de 0,14%. Como os principais papéis do fundo são indexados ao IPCA, a performance acompanha diretamente o comportamento da inflação.

No entanto, para o mês seguinte, a expectativa é de recuperação no valor distribuído, já que a inflação de fevereiro disparou, alcançando 1,3%, o que deve refletir em um reajuste significativo na próxima distribuição.

Mudança na administração: Vórtx pode sair, XP pode assumir

Outra mudança relevante em curso é a proposta de troca da administradora do fundo, atualmente sob a gestão da Vórtx, para a XP Investimentos, que já é a gestora. Essa alteração está em fase de deliberação em uma consulta formal aberta aos cotistas, com votação prevista até 6 de abril.

Caso aprovada, a XP assumirá também a administração do fundo, com uma redução na taxa de gestão, atualmente em 1,26%, para um valor um pouco mais baixo. A possível mudança dividiu opiniões entre investidores, já que muitos cotistas têm preferências distintas quanto às gestoras.

Portfólio: altamente alocado e com perfil de risco elevado

Composição da carteira

O HABT11 mantém 93% de seu patrimônio alocado em CRIs, com 3% em caixa e cerca de 4,5% em fundos imobiliários (FIIs). Entre os ativos, destacam-se:

  • Multi Propriedade (36%) 
  • Loteamento e Incorporação 
  • Projetos de risco mais elevado, com taxas atrativas (IPCA + 11%) 

Essa composição reforça o caráter agressivo do portfólio, que busca retornos acima da média ao assumir um maior nível de risco.

Estratégia do fundo

A principal estratégia é voltada para operações core (90%), com 7,7% alocados em tática para ganhos de capital e apenas 3% em liquidez. Ou seja, trata-se de um fundo que aposta no longo prazo e no retorno de operações imobiliárias estruturadas.

Obras, vendas e monitoramento: olho no andamento

Entre as obras financiadas pelo fundo, dois empreendimentos chamam atenção:

  • Brava Sixten: 81% da obra executada, apenas duas unidades em estoque, e vendas suficientes para quitação do CRI. 
  • Livelo Garden: 85% da obra concluída, 100% vendida, embora com oito inadimplentes — número considerado elevado, mas não detalhado proporcionalmente. 

Análise de risco: subordinação e LTV em destaque

Séries e subordinação

A carteira do HABT11 é composta por diferentes séries de CRIs, com destaque para:

  • Série Sênior – maior segurança 
  • Mesanino – risco intermediário 
  • Subordinada – maior exposição a riscos 

A presença de séries subordinadas exige atenção redobrada, pois são as primeiras a serem impactadas em caso de inadimplência.

LTV (Loan-to-Value)

O LTV médio do fundo é um indicador relevante para o nível de garantia. Operações com LTV acima de 90% são consideradas arriscadas, pois indicam pouco espaço de manobra em caso de inadimplência.

Exemplo:

  • Operação com LTV de 52%: mais saudável. 
  • Operação com LTV de 94%: sinal de alerta. 

Razão de garantia (PMT): um indicador vital

A razão de PMT mostra se há recursos suficientes na conta vinculada para pagamento das parcelas dos CRIs. Quanto maior, mais segura a operação:

  • 35%: crítico, abaixo da parcela necessária. 
  • 64%: ainda abaixo do ideal. 
  • 711%: excelente, sobras de caixa significativas. 

Esse tipo de análise é essencial para prever possíveis atrasos e riscos de inadimplência.

Expectativas para os próximos meses: alta da inflação e votação da assembleia

O cenário para o fundo HABT11 é de expectativa positiva quanto à distribuição, devido ao aumento do IPCA em fevereiro. No entanto, a votação sobre a administração do fundo pode influenciar a confiança dos cotistas.

O mercado segue atento aos desdobramentos da consulta sobre a XP, bem como à divulgação dos próximos relatórios de acompanhamento e à evolução da carteira de CRIs.

O que o cotista precisa avaliar?

Com um perfil mais arrojado e foco em operações estruturadas, o HABT11 oferece oportunidades atrativas, mas exige acompanhamento constante e criterioso. Questões como distribuição de dividendos, nível de risco das operações, garantias e a possível mudança administrativa devem ser consideradas por quem já está no fundo — ou pensa em investir.

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