FIIs que mais perderam valor patrimonial: veja os fundos que mais derreteram nos últimos anos

Em um levantamento inédito, foi possível identificar os fundos imobiliários (FIIs) que mais sofreram perdas em seu valor patrimonial desde o início de 2022. A análise considerou um banco de dados com mais de 60 fundos de papel, revelando um cenário desafiador, especialmente em meio a altas taxas de juros, inflação e mudanças no comportamento dos ativos.

Fundos como MGHT11, BCRI11 e HCTR11 lideram o ranking negativo, com perdas que ultrapassam 15% em valor patrimonial — um indicativo claro de que, mesmo com bons dividendos, os riscos associados aos ativos subjacentes podem comprometer o desempenho de longo prazo.

Por que os FIIs estão perdendo valor patrimonial?

O impacto das taxas de juros

A principal razão para essa retração patrimonial está relacionada à curva de juros futura. Quando há um aumento nas expectativas de juros, especialmente no médio e longo prazo, os títulos que compõem as carteiras dos fundos sofrem marcação a mercado, provocando queda no valor patrimonial dos FIIs.

Operações desvalorizadas

Muitos fundos de papel possuem CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) atrelados a setores mais arriscados ou a operações que, ao longo do tempo, perderam valor de mercado. Isso se refletiu diretamente no valor dos ativos do fundo, impactando negativamente o VP (Valor Patrimonial).

Ranking dos fundos com maiores quedas

A seguir, listamos os fundos que mais perderam valor patrimonial no período analisado:

Top 10 FIIs que mais perderam valor patrimonial (2022–2024)

Fundo Queda Patrimonial (%)
MGHT11 -69%
BCRI11 -20%
HCTR11 -16,7%
IRDM11 -14%
IRIM11 -13,5%
IVO11 -11,8%
XPCI11 -11%
BRCO11 -10,5%
VGHF11 -9,7%
MXRF11 -9,4%

Casos que chamaram atenção

MGHT11: Um fundo de hotéis com problemas estruturais

Com foco em imóveis locados para a rede Selina, o MGHT11 foi um dos que mais chamou atenção. A queda de quase 70% em seu valor patrimonial expõe não apenas os desafios da recuperação do setor hoteleiro pós-pandemia, mas também os riscos de concentração de locatários problemáticos.

HCTR11: Desvalorização acentuada

O HCTR11, conhecido por sua alta distribuição de dividendos, também sofreu uma desvalorização patrimonial significativa. Sua queda de 16,7% reforça a importância de avaliar não só o rendimento mensal, mas também a saúde do portfólio de CRIs.

MXRF11: A surpresa negativa

O MXRF11, um dos FIIs mais populares da bolsa e com o maior número de cotistas, apresentou uma queda de 9,4%. Apesar de seu histórico de solidez, a marcação a mercado e o ambiente macroeconômico adverso impactaram sua estrutura patrimonial.

FIIs que se valorizaram no mesmo período

Nem tudo foi queda. Alguns fundos apresentaram crescimento patrimonial, contrariando a maré do mercado:

Fundo Valorização Patrimonial (%)
FITO11 +7,2%
RBRX11 +1%
VGIR11 +0,9%
RZAT11 +0,8%

A valorização desses ativos está atrelada à qualidade das gestoras, ao perfil dos ativos e à gestão eficiente frente ao cenário macroeconômico.

Qual a queda patrimonial aceitável em um FII?

A resposta varia conforme o perfil do investidor, mas perdas acima de 5% já merecem atenção. Quedas expressivas acima de 10% podem indicar problemas estruturais, inadimplência ou má alocação de recursos.

Mesmo que a desvalorização patrimonial nem sempre impacte os rendimentos distribuídos no curto prazo, ela pode afetar o valor de mercado da cota, dificultando uma possível saída do investimento sem prejuízos.

O que o investidor deve observar além da rentabilidade

  • Transparência na gestão: Relatórios gerenciais bem elaborados ajudam a entender os motivos das oscilações. 
  • Qualidade dos CRIs: Avaliar o tipo de ativo, indexador (IPCA, CDI) e o risco de crédito envolvido. 
  • Histórico de inadimplência: Alguns fundos mantêm ativos problemáticos que geram impactos contínuos no patrimônio. 

Riscos existem até nos FIIs mais populares

A análise dos FIIs que mais perderam valor patrimonial mostra que nem sempre os fundos mais conhecidos estão imunes a perdas. A marcação a mercado, o cenário macroeconômico e a gestão ativa são determinantes para a preservação do valor patrimonial — e, consequentemente, da segurança do investidor.

Acompanhar esses dados com atenção é essencial para tomar decisões mais embasadas e evitar surpresas no longo prazo. Fundos com perdas acentuadas exigem investigação mais profunda, especialmente se os dividendos distribuídos não condizem com a realidade patrimonial do fundo.

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