O fundo imobiliário HGBS11, voltado para o setor de shopping centers, anunciou um aguardado split de cotas, previsto para ocorrer em 9 de maio de 2025. A proposta, que será votada em assembleia geral extraordinária, prevê o desdobramento de cada cota atual em 10 novas cotas, com negociação das cotas ajustadas já a partir de 12 de maio. A mudança busca ampliar o acesso de investidores, melhorar a liquidez e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio e os dividendos pagos pelo fundo.
Por que o desdobramento é bem-vindo?
Um fundo de qualidade “escondido” pelo preço da cota
Apesar de ser um dos fundos mais tradicionais do mercado — presente na bolsa desde 2008 — e ter entregado uma rentabilidade acumulada de 572% contra 382% do CDI, o HGBS11 muitas vezes ficou fora do radar de pequenos investidores. O motivo? O preço elevado da cota, que gira em torno de R$ 200.
Para muitos iniciantes ou quem possui pouco capital disponível, esse valor dificulta a entrada. Com o split, cada cota passará a custar cerca de R$ 20, tornando o fundo mais acessível para o público em geral.
O que muda com o split?
Nada muda no valor total investido ou nos dividendos anuais
É importante destacar: o valor total do patrimônio líquido não muda, tampouco a rentabilidade proporcional do fundo. O que acontece é uma reorganização matemática:
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Cota atual: R$ 200
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Após o split (1 para 10): 10 cotas de R$ 20
Se antes o fundo pagava cerca de R$ 1,60 por cota/mês, esse valor será dividido por 10, passando para R$ 0,16 por nova cota, sem afetar o dividend yield.
Performance histórica e fundamentos do HGBS11
Superando o CDI com consistência
Ao longo dos anos, o HGBS11 demonstrou sua força e resiliência. Mesmo diante de crises, como a pandemia e a posterior alta da Selic, o fundo manteve uma gestão sólida e disciplinada, priorizando ativos com boa localização e diversificação regional — com 20 shoppings espalhados por estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Apesar do impacto da alta dos juros sobre os FIIs, o HGBS conseguiu preservar valor, mantendo a taxa de vacância controlada e um portfólio de qualidade. Em setembro de 2024, a vacância variava entre 5% e 6%, patamar considerado saudável para o setor.
Gestão eficiente e custos abaixo da média
Outro ponto que atrai os investidores é a gestão profissional e com custos razoáveis. A taxa de administração do HGBS11 é de 0,6% ao ano, bem abaixo da média de 1% cobrada pelo mercado. Além disso, não há cobrança de taxa de performance, mesmo com um histórico que superou o IFIX e o CDI.
Esse tipo de alinhamento entre gestão e cotistas é raro e valorizado pelos analistas e investidores mais atentos.
Alavancagem sob controle (mas vale monitorar)
O fundo possui uma alavancagem moderada, com uma relação dívida/patrimônio líquido de 11,55%. Embora esse índice esteja dentro de limites aceitáveis (entre 10% e 15%), o cenário de juros elevados exige atenção redobrada por parte do investidor.
Afinal, em um ambiente com taxa Selic acima de 13% ao ano, o custo da dívida pode impactar os resultados operacionais. É essencial que o cotista acompanhe a evolução da alavancagem e a estratégia da gestão para mitigar esse efeito.
Dividendos atrativos e margem de segurança
O rendimento mensal do HGBS11 gira em torno de R$ 1,60 por cota, o que, com base na cotação de R$ 195, gera um dividend yield de aproximadamente 9,84% ao ano. Com o split, o dividendo por cota cairá para cerca de R$ 0,16, mas o yield se manterá inalterado.
Em comparação com a NTN-B de longo prazo (que paga cerca de 7% ao ano), o fundo ainda oferece uma margem de segurança razoável, especialmente por se tratar de um ativo isento de imposto de renda.
Aumento da liquidez e atratividade no pós-split
Com a redução no preço da cota para a faixa de R$ 20, é esperado um aumento na liquidez média diária do fundo — que já gira em torno de R$ 3 milhões, patamar robusto dentro do universo dos FIIs.
A maior liquidez beneficia todos os perfis de investidores, tanto os que querem entrar quanto os que desejam sair com facilidade. E, com o desconto atual em relação ao valor patrimonial (a cota patrimonial gira em torno de R$ 215, enquanto o preço de mercado estava em R$ 179 em fevereiro), o HGBS11 se mostra uma opção atrativa para quem busca renda passiva com consistência.
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