O fundo FGAA11 tem chamado atenção por sua gestão técnica, origem estruturada de ativos e consistência nos rendimentos. Posicionado entre os principais FIAGROS de crédito do mercado, ele oferece ao investidor exposição ao CDI — diferencial raro nesse segmento. No entanto, pontos como a alta concentração em poucos devedores e a redução na transparência de informações nos relatórios merecem atenção redobrada.
Gestão especializada e alinhada aos cotistas
Um dos principais trunfos do FGAA11 é sua gestora altamente qualificada e especializada em crédito agrícola. Diferente de outros fundos que surgiram durante o boom do agro sem histórico ou preparo, o FGAA11 foi estruturado por profissionais com experiência prévia no setor, o que se provou fundamental durante a recente crise do agronegócio.
Um exemplo de alinhamento com os cotistas é a política de amortizações parciais adotada em 2025, que deve continuar até 2026. São R$ 0,06 por cota ao mês — cerca de 7% do PL ao longo do período — o que impacta diretamente a remuneração da gestora. Essa postura mostra que o foco está na solidez do fundo, e não apenas no crescimento a qualquer custo.
Exposição ao CDI e eficiência nas operações
Um grande diferencial do FGAA11 é sua exposição ao CDI, ideal para quem busca rentabilidade alinhada aos juros altos da economia atual. Em um cenário onde poucos fundos oferecem essa indexação, o FGAA11 se posiciona como alternativa única.
Além disso, o fundo possui originação própria de crédito, o que significa maior controle de risco e melhor precificação dos ativos. A gestora estrutura diretamente os CRAs, permitindo negociar condições mais vantajosas e até mesmo gerar lucros com a revenda desses papéis no mercado secundário.
Apesar da taxa de administração de 1,15% ao ano e performance de 10% sobre o que exceder o CDI, o fundo mantém despesas operacionais inferiores a 10% da receita, reforçando sua eficiência.
Pontos de atenção: concentração e transparência
Concentração excessiva em devedores
O maior risco do FGAA11 hoje está na alta concentração em poucos devedores. Dois emissores representam 14% do patrimônio líquido cada, e outros nomes como CTR Agro e Jalles Machado também superam os 8%. Para fundos de crédito, o ideal seria limitar essa exposição a 5% por devedor, evitando que um único problema impacte severamente os rendimentos do fundo.
Redução de transparência nos relatórios
Outro ponto negativo é a remoção de tabelas detalhadas sobre garantias nos relatórios mais recentes. Anteriormente, o cotista tinha acesso fácil às garantias associadas a cada CRA. Hoje, essas informações foram reduzidas, dificultando a avaliação de risco dos ativos.
Além disso, parte dos papéis do portfólio são CRAs sem garantias reais (“clean”), o que eleva o risco mesmo em casos de empresas sólidas, como a listada Jalles Machado.
Avaliação final: vale a pena investir no FGAA11?
O FGAA11 recebeu nota alta na relação risco-retorno, impulsionado por sua entrega consistente de rendimentos e postura conservadora da gestão. O fundo é, atualmente, uma das poucas alternativas para se expor ao CDI via FIAGRO com originação própria de crédito e estrutura enxuta.
Contudo, o investidor precisa ter perfil compatível com FIAGROS — produtos que, apesar do potencial de retorno elevado, exigem controle de risco, paciência e diversificação da carteira. A alta concentração e a falta de transparência são fatores que não devem ser ignorados.
O post FGAA11: os pontos fortes e riscos do FIAGRO com rendimento atrelado ao CDI apareceu primeiro em O Petróleo.