EUA e China: guerra comercial segue indefinida e Brasil mira oportunidades

A guerra comercial entre Estados Unidos e China continua alimentando incertezas no cenário econômico global, mesmo com o recente sinal de Donald Trump de que pode reduzir as tarifas impostas aos produtos chineses. De acordo com informações do Wall Street Journal, as tarifas podem cair para um patamar entre 50% e 65%, o que trouxe um breve alívio aos mercados, mas sem resolver o impasse.

Apesar das falas mais brandas de Trump em sua última coletiva na Casa Branca, o presidente americano mantém a pressão sobre Pequim, afirmando que as tarifas só serão totalmente revistas dependendo da resposta chinesa. “Vai depender da China”, reforçou Trump, sinalizando que a solução pode levar de três a quatro semanas. Enquanto isso, os mercados oscilam diante das mensagens ambíguas do governo americano.

Mercados reagem, mas volatilidade permanece

O anúncio do Wall Street Journal gerou otimismo temporário: bolsas subiram, o dólar se fortaleceu e investidores vislumbraram uma possível trégua. Entretanto, declarações subsequentes do secretário do Tesouro, Scott Besson, e do próprio Trump indicam que os EUA não pretendem agir de forma unilateral, deixando o cenário aberto para novas rodadas de negociação ou tensão.

A China, por sua vez, mantém uma postura firme, recusando-se a ceder a pressões que considera “bullying”. O governo chinês insiste que só negociará em condições de igualdade, aumentando o impasse. “Os chineses continuam firmes, e Trump vai se adequando lentamente”, avalia Rita Mundim, comentarista da CNN Arena.

Pressão sobre o Fed e risco inflacionário

Além das tarifas, Trump voltou a pressionar o Federal Reserve (Fed) por cortes nas taxas de juros. Em seu pronunciamento, declarou estar confiante de que o presidente do Fed, Jerome Powell, “fará o que é certo”, mesmo após ter ameaçado demiti-lo anteriormente. A tensão entre a guerra tarifária que pode desacelerar a economia e o risco inflacionário gerado por essas mesmas tarifas expõe o dilema do banco central americano.

Brasil pode ganhar espaço no cenário global

Para o Brasil, o cenário de incerteza entre EUA e China abre oportunidades. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o país pode se beneficiar da reconfiguração do comércio global, aproveitando nichos de mercado deixados pelos chineses nos EUA ou pelas empresas americanas na China.

Rita Mundim concorda: “O Brasil tem uma chance real de resgatar parte da indústria que foi para a China, como a calçadista e a têxtil, além de reforçar acordos como o Mercosul-União Europeia”, aponta. No entanto, ela alerta que é preciso planejamento e articulação entre governo e setor produtivo para aproveitar as janelas de oportunidade que podem surgir.

Enquanto isso, a volatilidade nos mercados segue como pano de fundo para os próximos capítulos dessa disputa comercial que redefine as relações econômicas globais.

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