Atualmente, os títulos do Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado vêm oferecendo rentabilidades muito próximas das máximas históricas, como o Tesouro IPCA+ 2045, que já chegou a pagar mais de IPCA +7,5% ao ano. Para muitos investidores, isso sinaliza uma grande oportunidade — mas também levanta dúvidas sobre esperar ainda mais.
Embora pareça que as taxas estejam subindo por causa de uma possível nova alta da Selic, na prática, o principal motor dessa valorização é o aumento do risco Brasil, causado por desequilíbrios fiscais e preocupações com a trajetória da dívida pública.
A Selic vai subir mais?
Há uma percepção crescente no mercado de que a Selic — atualmente já em níveis elevados — ainda pode subir. Isso ocorre não apenas por questões inflacionárias, mas também como uma resposta do Banco Central a um cenário fiscal desafiador e à necessidade de manter a atratividade dos títulos públicos para investidores institucionais.
Apesar disso, tentar prever o “pico” da Selic ou da rentabilidade dos títulos pode ser uma estratégia arriscada, especialmente para quem busca segurança ou retornos consistentes no longo prazo.
“Os grandes investidores estão exigindo taxas maiores para continuar financiando o governo. E isso não é apenas uma questão de Selic, mas de confiança fiscal”, alerta o analista responsável pelo estudo.
Esperar pode significar perder oportunidades
Deixar o dinheiro “parado” em aplicações de liquidez imediata, como uma caixinha do Nubank ou Tesouro Selic, pode parecer uma boa ideia à primeira vista. Afinal, a liquidez diária permite reagir rapidamente quando as taxas sobem. No entanto, essa estratégia pode fazer com que o investidor perca o bonde de rentabilidades já historicamente elevadas.
Quando faz sentido esperar?
- Para quem ainda não tem reserva de emergência formada, o ideal é continuar priorizando investimentos com liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic.
- Para investidores com perfil conservador ou objetivos de curtíssimo prazo, aguardar pode evitar a marcação a mercado negativa em caso de resgate antecipado.
- Mas para quem já tem reserva formada e pensa no médio ou longo prazo, as taxas atuais já são altamente vantajosas — e o custo de esperar pode ser alto.
Marcação a mercado: oportunidade ou armadilha?
Uma estratégia que tem ganhado atenção é a chamada marcação a mercado, em que o investidor vende os títulos antes do vencimento, aproveitando a valorização quando os juros caem. Quem compra hoje um Tesouro IPCA+ ou Prefixado e vê os juros recuarem nos próximos meses pode lucrar além da rentabilidade contratada.
No entanto, essa estratégia exige mais conhecimento, acompanhamento constante do mercado e estômago para lidar com oscilações.
Diversificar é fundamental
Especialistas recomendam que, após formada a reserva de emergência, os aportes com foco em médio e longo prazos sejam diversificados. Isso pode incluir:
- Tesouro IPCA+ com vencimentos mais longos;
- Tesouro Prefixado com taxas acima de 11% ao ano;
- CDBs de bancos médios com liquidez e cobertura do FGC;
- Debêntures incentivadas e fundos de crédito privado (para perfis mais avançados).
Exemplo prático:
Um investidor com R$ 80 mil aplicados no Tesouro IPCA+ pode estar em marcação a mercado negativa hoje, mas com expectativa de ganhos superiores no longo prazo, caso mantenha o papel até o vencimento.
Conclusão: investir aos poucos é melhor que esperar o “timing perfeito”
Na dúvida entre esperar ou investir, a recomendação mais sensata continua sendo aportar de forma recorrente e disciplinada, aproveitando as boas taxas de hoje e diluindo o risco de mercado ao longo do tempo.
Tentar adivinhar o momento exato em que a Selic ou o Tesouro Direto vai atingir sua máxima é quase impossível — e pode custar oportunidades preciosas.
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