Governo lança programa de empréstimo consignado para trabalhadores CLT com juros reduzidos
MIA (Microcrédito Integrado ao Assalariado), começa a valer nesta quinta-feira (21) e permitirá que trabalhadores com carteira assinada comprometam até 35% do salário em crédito consignado, com juros até 40% menores.
O programa de crédito consignado MIA (Microcrédito Integrado ao Assalariado), criado pelo governo federal, entra oficialmente em vigor nesta quinta-feira, 21 de março. Voltado para trabalhadores com carteira assinada, o programa promete ser uma alternativa mais acessível de crédito, oferecendo juros até 40% menores em comparação com modalidades como cheque especial ou crédito rotativo do cartão.
A ideia central é simples: permitir que trabalhadores do setor privado possam acessar empréstimos com desconto em folha de pagamento algo já comum para servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS. A lógica por trás disso é a redução do risco para as instituições financeiras, o que permite a oferta de taxas mais competitivas.
Como funciona o programa MIA
De acordo com as regras divulgadas, até 35% do salário do trabalhador poderá ser comprometido para o pagamento do empréstimo. Em caso de demissão, o valor poderá ser descontado das verbas rescisórias. O FGTS também está sendo estudado como garantia, mas sua liberação depende de aprovação do conselho curador, o que pode levar mais dois ou três meses.
As taxas de juros previstas devem girar entre 2,5% e 3% ao mês o equivalente a cerca de 40% ao ano. Ainda é uma taxa elevada em termos absolutos, especialmente quando comparada à taxa Selic atual, mas representa uma queda expressiva frente aos juros do crédito rotativo, que podem ultrapassar 450% ao ano.
Expectativas econômicas e impactos do MIA
A estratégia do governo é dupla: de um lado, oferecer um alívio financeiro para trabalhadores endividados; de outro, estimular o consumo e movimentar a economia, que tende a ser mais fraca em 2025 em comparação a 2024. A projeção oficial é que o programa injete R$ 12,1 bilhões na economia nos próximos quatro anos.
Segundo analistas econômicos, a medida também tem um componente político: colocar dinheiro diretamente nas mãos da população pode elevar a popularidade do governo em um cenário de crescimento modesto e pressão inflacionária.
Apesar disso, o programa ainda enfrenta desafios. Como se trata de uma novidade, as instituições financeiras ainda estão se adaptando e calibrando suas políticas de risco, o que pode fazer com que as taxas de juros iniciais sejam mais elevadas do que o esperado.
Além disso, a comunicação com os trabalhadores sobre o funcionamento do crédito ainda está no início. O período de transição será importante para que o sistema ganhe tração e se consolide como uma alternativa viável para quem hoje recorre a linhas de crédito com custo muito mais elevado.
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