O mercado financeiro encerrou esta quinta-feira (14) com o dólar praticamente estável, cotado a R$ 5,76, em meio às incertezas sobre as tarifas comerciais anunciadas recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As medidas, que fazem parte de sua estratégia de retaliação econômica, podem impactar diretamente o Brasil e os países do BRICS.
EUA miram etanol brasileiro e ameaçam países do BRICS
Em um documento divulgado nesta tarde, Trump destacou que o etanol brasileiro está na mira das novas tarifas. Atualmente, os Estados Unidos cobram uma taxa de apenas 2,5% sobre o produto importado do Brasil, enquanto o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o etanol norte-americano. No ano passado, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto o Brasil adquiriu apenas US$ 52 milhões do combustível americano.
Além disso, Trump indicou que países do BRICS podem enfrentar tarifas de até 100% caso “brinquem com o dólar”. Desde janeiro deste ano, o grupo BRICS ampliou-se para 10 membros plenos, incluindo Brasil, Rússia e China. A proposta de desdolarização desses países é vista pelos EUA como uma tentativa de reduzir sua influência econômica global.
Mercado reage com cautela
O mercado financeiro global reagiu com cautela às declarações de Trump. Investidores esperam por detalhes mais concretos sobre a aplicação das tarifas e como elas afetarão as relações comerciais entre os EUA e seus parceiros econômicos.
A incerteza sobre as tarifas não impactou significativamente o dólar no pregão de hoje, mas analistas alertam para uma possível volatilidade nos próximos dias, dependendo da evolução das negociações e dos posicionamentos do governo brasileiro e de outros membros do BRICS.
Impactos para o Brasil
Especialistas apontam que o Brasil pode enfrentar dificuldades no setor de exportação caso as tarifas sobre o etanol sejam elevadas. O mercado norte-americano é um dos principais compradores do combustível brasileiro, e um aumento nos tributos pode reduzir a competitividade do produto no exterior.
Além disso, uma possível retaliação tarifária contra os países do BRICS pode gerar impactos na economia brasileira, já que o Brasil tem buscado fortalecer suas relações comerciais com a China e outros membros do grupo.
Perspectivas para o mercado financeiro
Com as incertezas em torno das tarifas, o mercado deve seguir atento aos próximos passos da administração Trump. Qualquer sinalização mais dura por parte dos EUA pode gerar um efeito cascata nos mercados globais, influenciando o comportamento do dólar e das commodities.
Por enquanto, analistas recomendam cautela aos investidores, especialmente aqueles que operam no mercado de câmbio e commodities afetadas pelas políticas comerciais dos Estados Unidos. A expectativa é de que novos desdobramentos ocorram nos próximos dias, trazendo mais clareza sobre o impacto real das medidas.
O dólar permanece estável diante das incertezas do mercado, mas a política tarifária dos EUA pode alterar esse cenário nos próximos dias. Com o etanol brasileiro na mira e a possibilidade de sanções aos países do BRICS, o Brasil enfrenta um momento de atenção nas relações comerciais internacionais. O mercado seguirá acompanhando de perto as definições das tarifas para entender seus reais impactos na economia global.
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