O mercado financeiro amanheceu em alerta nesta quinta-feira (27) após declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre a imposição de novas tarifas de importação sobre produtos vindos da China, Canadá e México. Como reflexo imediato, o dólar disparou e atingiu R$ 5,83, seu maior patamar em meses. O petróleo também sentiu os impactos, caindo para o menor nível em 11 semanas, o que intensificou a volatilidade nos mercados globais.
Entenda as novas tarifas anunciadas por Trump
Donald Trump, que concorre à presidência dos Estados Unidos em 2024, voltou a defender uma política protecionista e anunciou que, caso seja eleito, aplicará uma tarifa de 25% sobre produtos vindos do Canadá e México, além de um aumento de 10% para mercadorias chinesas. A medida visa proteger a indústria americana, mas gera preocupação entre economistas, que alertam para um possível aumento na inflação global.
Impacto imediato no mercado financeiro
Com a declaração de Trump, investidores buscaram ativos mais seguros, como o dólar, que registrou uma forte valorização globalmente. No Brasil, o real foi um dos mais impactados, levando a moeda americana a ultrapassar os R$ 5,80 pela primeira vez desde 2023.
Os mercados emergentes, que vinham se beneficiando de uma maior liquidez global, também sentiram os efeitos. O Ibovespa operava estável, mesmo com a queda de Petrobras, que chegou a recuar mais de 4% no pregão.
Petróleo em queda e efeitos no Brasil
Outro reflexo imediato foi a queda do preço do petróleo. O barril do Brent caiu 2,19% após as declarações de Trump, atingindo seu menor nível em 11 semanas. O motivo está ligado à possibilidade de redução nas importações norte-americanas de petróleo, uma vez que Canadá e México são dois dos principais fornecedores da commodity para os EUA.
Com essa queda, a Petrobras viu suas ações despencarem. Analistas também destacam que a companhia pode ser impactada não apenas pelo preço da commodity, mas também pela política de preços do governo brasileiro.
Inflação e juros nos EUA seguem no radar
Outro fator que contribuiu para a alta do dólar foi a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos. O número veio acima do esperado, reforçando a perspectiva de que o Federal Reserve poderá demorar mais para cortar os juros.
Essa incerteza adiciona pressão sobre os mercados emergentes, incluindo o Brasil, que pode sofrer com a saída de capital estrangeiro em busca de segurança nos títulos do Tesouro americano.
Próximos passos: o que esperar?
Especialistas apontam que o cenário segue incerto e que o dólar pode continuar pressionado. O desempenho da economia norte-americana e os próximos passos da política monetária do Federal Reserve serão decisivos para definir a direção da moeda.
Além disso, a volatilidade dos mercados deve permanecer alta até que haja mais clareza sobre as reais intenções de Trump e o impacto que suas políticas comerciais podem ter na economia global.
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