O mercado financeiro brasileiro retomou as negociações nesta quarta-feira de Cinzas com fortes oscilações. O dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,75, marcando uma queda significativa impulsionada pela decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de suspender tarifas sobre o setor automotivo do México e Canadá. Enquanto isso, o petróleo Brent registrou um tombo de -2,36% após o anúncio da OPEP+ sobre o aumento da produção de petróleo a partir de abril de 2025.
A decisão da OPEP+ e seus impactos no petróleo
A OPEP+, organização composta por grandes exportadores de petróleo, incluindo Arábia Saudita e Rússia, anunciou que irá aumentar sua produção a partir do próximo mês, o que resultou em uma forte desvalorização no preço do barril. Com o aumento da oferta, o preço do petróleo caiu, afetando diretamente as empresas do setor. No Brasil, Petrobras (PETR3 e PETR4) e outras petroleiras, como Prio (PRIO3), tiveram quedas expressivas na B3.
Empresas como Vibra Energia e PetroRio sentiram os impactos da desvalorização do petróleo, resultando em uma correção nos papéis. O setor energético liderou as perdas no pregão, enquanto o setor financeiro puxou a alta, ancorando o Ibovespa, que fechou com alta de 0,33%.
Dólar em queda: Trump e o impacto global
O dólar abriu o dia com forte volatilidade, influenciado pelo discurso de Donald Trump, que afirmou que pode reavaliar tarifas impostas a diversos países, incluindo o Brasil. No entanto, sua decisão de suspender temporariamente tarifas sobre o setor automotivo do México e Canadá trouxe um certo alívio aos mercados, reduzindo pressões sobre a inflação global e derrubando a moeda norte-americana.
Especialistas apontam que, se Trump realmente implementar tarifas mais agressivas, isso poderá afetar diretamente o Brasil, causando pressões inflacionárias e impactando o setor cambial. “O Brasil precisa adotar uma estratégia mais silenciosa para evitar atritos diretos com os EUA”, alertou o economista Leonardo Costa.
Setores em destaque na B3
Apesar da forte queda do setor de energia, o setor financeiro ajudou a sustentar o índice Ibovespa. Bancos como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) registraram altas expressivas. “O setor bancário tem sido um dos pilares de estabilidade do mercado brasileiro, mesmo em tempos de incerteza”, comentou o analista Guilherme Viana.
Outros destaques positivos incluíram Embraer (EMBR3), que se beneficiou de revisões positivas de analistas e do aumento da demanda por ações no setor de defesa global. A Marfrig (MRFG3) também foi um dos destaques do dia, impulsionada por seus resultados financeiros acima das expectativas.
Perspectivas para o mercado e previsão para o dólar
O mercado continua atento às decisões dos bancos centrais globais e às movimentações políticas nos EUA. A previsão de especialistas para o dólar nos próximos meses gira em torno de R$ 5,60 a R$ 5,80, com possibilidade de valorização caso os EUA intensifiquem suas tarifas comerciais.
Além disso, o mercado aguarda a divulgação do PIB brasileiro do quarto trimestre de 2024, que pode impactar as projeções para o crescimento econômico deste ano.
O pregão desta quarta-feira pós-feriado foi marcado pela desvalorização do petróleo, pelo recuo do dólar e pelo desempenho misto da bolsa. O setor financeiro ajudou a segurar o Ibovespa, enquanto a decisão da OPEP+ pesou sobre as petroleiras. Com um cenário global volátil e políticas comerciais instáveis, os investidores devem continuar atentos às próximas decisões que impactam diretamente a economia brasileira e mundial.
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