O mercado de fundos de infraestrutura ganhou um novo protagonista: o DIVS11, da renomada gestora Esparta, especialista em crédito estruturado. Apesar de ainda não estar em negociação na B3, o fundo já desperta interesse entre investidores mais atentos, justamente por adotar uma estratégia diferenciada: exposição à inflação longa com maior risco de mercado, algo que pode se traduzir em lucros expressivos quando os juros começarem a cair.
O que é o DIVS11?
O DIVS11 é um fundo de investimento em infraestrutura (Finfra) focado em ativos indexados à inflação longa, especificamente ao IDK 5 anos, que reflete o cupom de inflação de cinco anos. Essa estratégia o diferencia dos irmãos CDI11 (totalmente protegido contra variação de juros) e Juro11 (exposto à inflação curta – IMA-B5).
Enquanto os dois primeiros têm uma gestão mais conservadora quanto ao risco de mercado, o DIVS11 assume mais risco, operando com um hedge parcial ou até mesmo contrário, o que significa que ele pode se beneficiar da marcação a mercado em cenários de queda dos juros.
Oportunidade no ciclo de juros
A grande aposta da Esparta com o DIVS11 é surfar a onda da queda da Selic. Em um cenário onde os juros recuam, ativos de inflação longa tendem a valorizar, impulsionando o preço das cotas e os rendimentos. Caso o fundo tivesse sido lançado anos atrás, durante o ciclo de alta dos juros, sua performance teria sido muito mais desafiadora.
No entanto, iniciar as operações em um patamar elevado de juros, com perspectiva de queda, coloca o DIVS11 em uma posição estratégica, com potencial de nadar de braçada em meio à virada do ciclo econômico.
Detalhes da carteira e política de alocação
Segundo o último relatório de março de 2025, o DIVS11 apresentou uma duração (duration) de 2,4 anos, superior a fundos mais conservadores, o que reforça sua característica de inflação longa. A carteira inclui ativos como:
- Intervias
- Metrô Rio
- CR Alma
- UT Bromélia
- Pax PRS Aeroportos
Atualmente, o fundo mantém 62% de sua alocação em caixa, demonstrando cautela da gestão neste início, enquanto aguarda as melhores oportunidades para alocar recursos.
Distribuição de dividendos: previsibilidade com risco
Uma das características mais interessantes do DIVS11 é sua política de distribuição de dividendos. Diferentemente dos fundos tradicionais que pagam rendimentos conforme o resultado mensal, o DIVS11 define anualmente um valor de referência para pagamentos mensais, garantindo previsibilidade aos cotistas.
Mesmo que os resultados oscilem, o fundo mantém o compromisso de distribuir o valor pré-estabelecido, ajustando apenas em casos extremos. Isso torna o DIVS11 mais estável no pagamento de rendimentos, mesmo com uma cota que pode oscilar abaixo dos R$ 100, algo comum em fundos com exposição maior a risco de mercado.
Por que a cota está abaixo de R$ 100?
É natural que fundos com duração longa e exposição a inflação apresentem volatilidade no valor da cota, principalmente em momentos de alta dos juros. No caso do DIVS11, apesar de já ter distribuído R$ 1,20 por cota aos participantes do IPO, a cota patrimonial fechou março em R$ 98,80, refletindo a marcação a mercado de seus ativos.
Essa oscilação, contudo, é vista como temporária pela gestora, que acredita na recuperação do valor patrimonial conforme o ciclo de queda dos juros se confirmar.
Quando o DIVS11 começa a ser negociado?
Apesar de todo o potencial, o DIVS11 ainda não está liberado para negociação na B3, e a gestora não divulgou previsão oficial para o início das operações secundárias. Enquanto isso, os investidores que participaram do IPO já acompanham os relatórios mensais, monitorando a evolução da carteira e a preparação do fundo para o mercado.
Assim como outros fundos de infraestrutura, o DIVS11 se beneficia de isenção fiscal para investidores pessoa física, com base nas regras aplicáveis aos FI-Infra e debêntures incentivadas. Há também uma expectativa de mudanças com a PL 1087, que pode flexibilizar o limite de isenção para investimentos nesse tipo de ativo, aumentando sua atratividade.
O DIVS11 representa uma oportunidade diferenciada para quem busca exposição à inflação longa e está disposto a assumir um nível maior de risco de mercado em troca de rendimentos potencialmente superiores em um cenário de queda dos juros.
Para quem deseja acompanhar de perto as oportunidades em fundos de infraestrutura, vale ficar atento ao início das negociações e aos relatórios mensais da Esparta, que detalham o andamento da carteira e as perspectivas futuras.
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