De High Grade a High Yield: o que mudou no fundo imobiliário BIME11

O fundo imobiliário BIME11, conhecido por sua estratégia diversificada, passa atualmente por uma significativa transformação estratégica. Originalmente considerado um fundo High Grade, com taxa média IPCA + 7,7%, o BIME11 recentemente avançou para uma categoria mais próxima do High Yield, com taxas médias chegando a IPCA + 9,6%.

Estrutura e performance recente do fundo

Atualmente, o patrimônio líquido do fundo gira em torno de R$ 50 milhões, e sua última distribuição foi de R$ 0,09 por cota. A reserva financeira atual corresponde a aproximadamente R$ 0,055 por cota, o que dá certa segurança quanto às distribuições futuras.

A estrutura do BIME11 é composta principalmente por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com 57% de alocação, e operações de permuta imobiliária, com 12% do patrimônio, porém responsáveis por cerca de 16% da receita total, destacando o retorno acima da média desse tipo de operação.

Por que o fundo mudou de perfil?

No último ano, houve uma clara migração do fundo em direção a operações mais arriscadas, resultando em taxas mais elevadas. Esse movimento visa aumentar o retorno ao cotista, mesmo que signifique assumir maior risco.

A gestora BRio Investimentos, responsável pela administração do fundo, optou por reforçar a estratégia com operações próprias, mantendo uma maior proximidade e controle sobre os ativos. Esse modelo, embora apresente riscos moderados, traz uma perspectiva de retorno atraente.

Estratégia das permutas imobiliárias: alto retorno e risco controlado

Uma das principais apostas do BIME11 são as permutas imobiliárias, nas quais terrenos adquiridos pelo fundo são repassados para incorporadoras parceiras. Em troca, o fundo recebe unidades residenciais ou comerciais que, após vendidas, proporcionam retornos expressivos.

  • A maior operação de permuta representa cerca de 5,5% do patrimônio.
  • Duas das quatro permutas atuais já estão em fase de desinvestimento, com previsão de aumento na distribuição de dividendos nos próximos meses.

Essas operações têm demonstrado retornos consideráveis, inclusive contribuindo com aproximadamente R$ 0,03 por cota na última distribuição mensal.

Analisando os riscos e potenciais retornos

Riscos e taxas associadas

  • Taxa média de aquisição atual: IPCA + 9,6%
  • Taxa de administração nominal de 1,5% (efetiva de 1% após descontos)
  • Taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI + 5%

A taxa de administração, mesmo reduzida atualmente para 1%, ainda pode ser considerada alta frente ao mercado, exigindo uma performance consistente para justificar o investimento.

Composição do portfólio de CRIs

O fundo tem uma alocação majoritária em CRIs estruturados, com taxas altas, sendo a menor IPCA + 9%. Isso indica uma preferência clara pelo risco intermediário a alto, buscando retorno superior à média de mercado.

  • CRIs estruturados: taxa média IPCA + 10,4%
  • Operações High Grade: taxa média IPCA + 6,2%

Permutas: um diferencial competitivo

As permutas imobiliárias, estruturadas internamente pela BRio, destacam-se como ponto forte devido ao seu elevado retorno relativo e à segurança adicional proporcionada pelo conhecimento detalhado da gestora sobre os empreendimentos.

  • Permutas geram receita acima da média do portfólio, apesar da baixa alocação (12%).
  • Retornos substanciais esperados nos próximos meses, com operações em fase de desinvestimento.

Situação atual e expectativas para 2025

Atualmente, as cotas do fundo são negociadas com desconto significativo (17%), sendo cotadas a 0,83 do valor patrimonial, refletindo um momento desafiador, mas com potenciais oportunidades para investidores com perfil mais arrojado.

A última distribuição mensal foi de R$ 0,09 por cota, sendo R$ 0,03 provenientes diretamente das operações de permuta. A expectativa é que o fundo mantenha distribuições próximas a esse patamar nos próximos meses.

Embora a mudança de estratégia tenha aumentado o potencial de retorno, investidores precisam estar atentos ao risco mais elevado do BIME11. O fundo hoje opera em uma faixa intermediária entre Medium Risk e High Yield, exigindo monitoramento contínuo.

Diante desse cenário, é importante que investidores interessados avaliem criteriosamente:

  • Capacidade de gestão da BRio em administrar operações próprias.
  • O risco das operações estruturadas.
  • O impacto das permutas na receita geral.

Com uma estratégia assertiva, porém de risco considerável, o BIME11 continua atraindo investidores interessados em diversificar seu portfólio imobiliário com retornos acima da média.

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